Donald Trump pediu inicialmente um decreto para “proibir os muçulmanos” de entrar nos Estados Unidos, que o governo transformou em uma ordem que suspende a entrada no país de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana, afirmou o conselheiro do presidente, Rudy Giuliani.
[img align=left width=300]https://www.brasil247.com/images/cache/1000×357/crop/images%7Ccms-image-000531335.jpg[/img]”Quando mencionou pela primeira vez, disse ‘banimento dos muçulmanos'”, afirmou o ex-prefeito de Nova York e assessor do presidente para segurança cibernética em uma entrevista ao canal “Fox News” no sábado (28).
“Mostre a maneira de fazer isto legalmente”, teria afirmado Trump a Giuliani, segundo o assessor.
Giuliani explicou que ele e uma equipe de juristas “concentraram, ao invés da religião, nas áreas do mundo que criam perigo”, para redigir o decreto anti-imigração que provoca revolta ao redor do mundo.
Trump assinou na sexta-feira um decreto que suspende a entrada de refugiados muçulmanos durante 120 dias, assim como a entrada por 90 dias de cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.
Giuliani disse que estes países foram escolhidos porque são “as áreas do mundo que criam perigo para nós”.
“Tem base factual, não uma base religiosa”, completou.
[b]CANADÁ, FRANÇA, ALEMANHA, TURQUIA E ONU BATEM DURO EM TRUMP[/b]
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeu, disparou críticas pelo Twitter. “Para aqueles que fogem da perseguição, terror e guerra, os canadenses irão recebê-los, independentemente da sua fé”, afirmou. “Diversidade é a nossa força”.
O premiê turco, Binali Yildirim, disse que não se pode, “resolver este problema dos refugiados erguendo muros”. Ele participou de um encontro em Ancara, na Turquia, com a primeira-ministra britânica, Theresa May, que não condenou a decisão dos EUA. “Os Estados Unidos são responsáveis pela política americana sobre os refugiados. O Reino Unido é responsável pela política britânica sobre os refugiados”, afirmou May em Ancara, na Turquia, onde participou de um encontro com o premiê turco, Binali Yildirim.
Os ministros das Relações Exteriores da França e Alemanha disseram estar “preocupados” com as decisões de Trump e destacaram que “acolher refugiados que fogem da guerra é parte de nosso dever”.
“Vamos entrar em contato com nosso colega [norte-americano] Rex Tillerson quando for nomeado para discutir ponto por ponto e ter uma relação clara”, afirmou o chefe da chancelaria francesa, Jean-Marc Ayrault, após um encontro com o colega alemão, Sigmar Gabriel, em Paris. A nomeação de Tillerson como secretário de Estado aguarda confirmação do Senado dos EUA.
“Acolher refugiados que fogem da guerra é parte de nosso dever. Devemos nos organizar para fazer isto de maneira equitativa, justa, solidária”, continuou Ayrault. “Precisamos de clareza, coerência e, se necessário, firmeza para defender nossas convicções, nossos valores, nossa visão de mundo, nossos interesses, franceses, alemães e europeus”, acrescentou.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) fizeram um apelo para os Estados Unidos continuarem com a tradição de receber refugiados.
“OIM e ACNUR esperam que os Estados Unidos continuem desempenhando seu papel importante de líder e prossigam com sua longa tradição de proteção aos que fogem dos conflitos e das perseguições”, afirma o comunicado. “Estamos profundamente convencidos de que os refugiados devem receber un tratamento equitativo e oportunidades de reassentamento, independente de sua religião, nacionalidade ou raça”.
Além da primeira-ministra britânica, o porta-voz do presidente tcheco, Milos Zeman, elogiou a política anti-imigração de Donald Trump. “O presidente Trump protege seu país. Está preocupado com a segurança de seus concidadãos. É exatamente o que as elites europeias não fazem”, tuitou Jiri Ovcacek, porta-voz do chefe de Estado tcheco.
“A segurança dos cidadãos tchecos é uma prioridade. Agora temos aliados nos Estados Unidos”, acrescentou. O presidente tcheco é um duro crítico da imigração de refugiados muçulmanos para a Europa. Ele chegou a citar uma “invasão organizada” e julgou ser “impossível integrar os muçulmanos”.
[b]Fonte: UOL e Brasil 247[/b]