A Primeira Igreja Batista em Aracruz (Pibara), no Espírito Santo, tem recebido ataques por meio das redes sociais e sido alvo de protesto em razão de um outdoor posto na fachada do templo. O mural defende que “a Bíblia é a única proteção contra o ativismo LGBTQIA+”, e traz a ilustração de uma família protegendo crianças de uma chuva de arco-íris.
Em entrevista ao Pleno.News, o pastor Luciano Estevam Gomes, que lidera a igreja em questão, defendeu que as denominações cristãs “não podem ficar caladas” frente ao ativismo de gênero presente “nas escolas, nas propagandas, nos filmes, nos desenhos”, nem preocupadas com “os elogios da sociedade ou críticas”.
– Nós precisamos separar o que é política e o que são as verdades bíblicas. As verdades bíblicas precisam ser pregadas como sempre foram pregadas em toda a Bíblia: por exemplo, os profetas denunciavam as falhas de reis, autoridades e do povo de um modo geral. Eles não ficava preocupados que iam ser mortos, perseguidos ou cancelados. A Igreja precisa denunciar o pecado. Não adianta cair nessa ladainha de que “a igreja precisa pregar sobre o amor”. O amor do Senhor é um amor transformador. Ele não é um amor que se acomoda – declarou.
O líder evangélico também conta que busca lidar com as retaliações “sem muito alarde”, mas sim “em oração”.
– A gente entende que devemos levar isso sem muito alarde, em oração, sabendo que precisamos dizer sim que a Bíblia é a única contra esse ativismo. Evidentemente, quando eu falo sobre ativismo LGBT, eu não estou falando nada sobre a homossexualidade. Quem tem o mínimo de interpretação de texto vai ver isso na mensagem. E quem quer distorcer, acaba levando para o outro lado – avaliou.
Segundo o pastor Luciano, essa não é a primeira vez que a Pibara sofre perseguição por esse motivo, tendo sido até processada pelo Ministério Público.
– Nós tivemos um outdoor que nós postamos protestando contra a colocação da Thammy Gretchen como representante do dia dos pais da empresa Natura. Na ocasião, nós fomos até processados pelo Ministério Público, que teve que arquivar o processo porque nós não falamos nada mais, nada menos que não é natural colocar uma mulher como símbolo do dia dos pais, quando a Bíblia diz ser o homem. Então, homens, feliz dia dos pais. O Ministério Público achou que não houve nenhuma ofensa. Como neste de agora, não há nenhuma ofensa – acrescentou.
O líder cristão também enumerou sugestões acerca da postura que a Igreja deve adotar para preservar os princípios bíblicos em meio às novas gerações.
– Como proteger as crianças? A primeira coisa é o posicionamento. Famílias, igreja e autoridades participando dos conselhos municipais, protestando contra as coisas que são contra a Bíblia, que são contra os princípios e valores do cristianismo. Se nós nos calarmos, as pedras clamarão. Então é importante a Igreja promover seminários para discutir esses assuntos. (…) Eu acho que há muita coisa para se fazer, inclusive no âmbito denominacional. Nós não vemos as denominações se movimentando para fazer fóruns de debate sobre esses assuntos – observou.
Por meio de vídeo nas redes sociais, a pastora e cantora Bruna Olly, da Igreja da Família, se solidarizou com o pastor Luciano e defendeu a atitude da Pibara.
– Não é crime e não é perseguição. O movimento LGBTQIA+ considera como liberdade de expressão chutar a Bíblia em praça pública, colocar um crucifixo no orifício anal, mas quando uma igreja coloca dentro de uma propriedade particular um cartaz dizendo a Bíblia é a proteção que as famílias têm contra o ativismo LGBTQIA+, as pessoas criticam dizendo que isso é homofobia. Desde quando é crime você ter a sua opinião? E sim, a nossa opinião está pautada na Bíblia – assinalou.
Olly ainda falou sobre “liberdade” e “respeito” mútuo.
– Deus ama todas as pessoas, sim, mas a Bíblia também deixa muito claro o que é e o que não é aceito aos olhos de Deus. E essa é a nossa crença, aquilo que nós queremos expressar. E nós não queremos impor isso a ninguém, não queremos impor a você, assim como nós não queremos que vocês imponham sobre nós ideias que não condizem com a Palavra de Deus. Tudo isso é respeito, é liberdade – pontuou.
Fonte: Pleno.News