O terremoto registrado na quarta-feira no Peru, de 7,9 graus na escala Richter, deixou pelo menos 337 mortos e mais de mil feridos, a maioria na cidade de Ica, e levou pânico até a capital peruana, Lima.
O abalo destruiu 70% de Pisco, cidade que viu ainda uma igreja cair sobre os fiéis no momento das orações no começo da noite de quarta-feira (15). No momento da queda, havia dezenas de pessoas na igreja. A informação foi confirmada pelo prefeito local, Juan Mendoza.
Testemunhas entrevistadas pela televisão local afirmaram que há mortos nas ruas e praças de Pisco.
O terremoto provocou um alerta de tsunami no litoral do Pacífico sul-americano e foi sentido nos países vizinhos. O epicentro foi registrado no mar, 167 quilômetros ao sul de Lima e em frente às costas da cidade de Pisco. No Chile, houve registro de um pequeno tsunami, ainda sem informações sobre vítimas.
O desabamento de edifícios, entre eles a igreja, um ginásio poliesportivo da cidade e várias casas impedia a entrada dos trabalhos de resgate.
Em Chincha, o ministro da Saúde declarou em entrevista à televisão que os hospitais não são suficientes para atender a todos e qualificou o panorama de “impactante e desolador” na passagem por Pisco.
A comitiva do ministro inclui 20 ambulâncias, 50 médicos e 30 enfermeiras, além de um centro de operações portátil e remédios.
Vallejo fez também um apelo para que os peruanos doem sangue para as pessoas feridas.
Os meios de comunicação e as autoridades do Peru pediram a solidariedade de todos os cidadãos, mas também de outros países para enfrentar o caos.
O presidente peruano, Alan García, decretou estado de emergência na região e pediu aos habitantes que se afastem do litoral em função da previsão de tsunami.
O aviso partiu do Centro de Alerta de Tsunamis, do Havaí (EUA), e era válido não só para o Peru, mas também Chile, Equador e Colômbia, mas horas depois foi cancelado.
Em todos estes países foram registradas fortes ondas, mas de forma menos severa que em águas peruanas. O receio levou à remoção dos habitantes de algumas áreas, como La Punta de El Callao, área residencial localizada em uma pequena península ao nível do mar nos arredores de Lima.
O litoral peruano afetado pelo terremoto faz parte da rota turística que leva às míticas Linhas de Nasca; e Ica, cercada por dunas, abriga o balneário de Huacachina, um oásis no meio do deserto. A Reserva Nacional de Paracas também sofreu com o abalo.
A colônia pesqueira onde fica o parque ficou alagada. O principal hotel da região, também chamado Paracas, foi parcialmente destruído, mas sem informações de vítimas.
Desde o terremoto, às 23h40 (em Brasília) de quarta-feira, foram registrados mais de 100 novos tremores secundários em menor escala, e pelo menos 12 foram sentidos com força na capital.
Os médicos, que na quarta-feira tinham iniciado uma greve de 72 horas, abandonaram a medida. As escolas permanecerão fechadas nesta quinta-feira por decreto do presidente peruano.
Tremor foi sentido no Brasil
Moradores do Amazonas contam que sentiram a vibração de paredes e móveis. Muitos já estavam se preparando para dormir quando foram surpreendidos pelo tremor.
O Corpo de Bombeiros recebeu pelo menos 10 chamadas em várias regiões de Manaus. No primeiro momento, a maior preocupação era com a estrutura dos prédios,mas, apesar do susto, não há registro de feridos.
Fonte: G1