A Igreja Católica do Reino Unido intensificou sua campanha contra a projetada introdução no país de uma lei que legalizará o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Os dois principais arcebispos católicos, Vicent Nichols e Peter Smith, assinaram uma carta que foi lida em 2.500 paróquias, na qual argumentam que a aprovação dessa legislação modificará o significado do casamento como reconhecimento “da complementaridade entre homem e mulher” e seu propósito “para a procriação e educação das crianças”.

A carta lembra aos católicos que “têm o dever de fazer todo o possível para garantir que o verdadeiro significado do casamento não se perda para as futuras gerações”.

O governo britânico, de coalizão entre conservadores e liberal-democratas, anunciou sua intenção de introduzir uma lei de casamento civil entre homossexuais até 2015 – as “uniões”, em que os casais homossexuais adquirem os mesmos direitos que os casais heterossexuais, já são legais -, segundo a qual as instituições religiosas não seriam obrigadas a formalizá-los.

Apesar desta isenção, a Igreja Católica empreendeu uma campanha de conscientização social contra a lei.

Na semana passada, o cardeal Keith O’Brien, líder da Igreja Católica na Escócia, disse que, se o “grotesco” projeto for aprovado, “o Reino Unido seria envergonhado aos olhos do mundo”.

O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, é defensor da introdução da lei ao entender que faz parte da modernização de seu partido, depois que os trabalhistas impulsionaram as “uniões” homossexuais em 2005.

No entanto, dentro do Partido Conservador há muita oposição ao projeto, e uma pesquisa publicada neste domingo por “The Sunday Telegraph” indica que mais da metade dos eleitores “tories” indagados também se opõe a ele, frente a 35% que o apoia.

Do total da população, 45% dos indagados aprova o casamento gay, frente a 36% que se opõe, segundo a pesquisa realizado pela empresa ICM para o jornal conservador.

O governo iniciará na próxima semana um processo de consulta pública sobre o anunciado projeto de lei, que gostaria de tramitar no Parlamento antes das próximas eleições gerais, em 2015.

[b]Fonte: Folha.com[/b]

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