A Igreja Católica da Espanha informou nesta sexta-feira (24) que vai indenizar as vítimas de abuso sexual, mesmo em casos que não foram concluídos devido à morte do padre agressor, o que é uma mudança em relação à sua posição anterior.
Nos casos em que não exista uma sentença, “também efetuaremos pagamentos se o agressor tiver falecido ou se houver um estatuto civil de limitações”, afirmou Francisco García Magán, secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, durante uma coletiva de imprensa.
“Isso será avaliado individualmente. E se essa conclusão moral for alcançada, então haverá essas peças morais”, acrescentou García Magán, depois de anunciar que os bispos espanhóis aprovaram por unanimidade um “plano integral” para indenizar vítimas.
Anteriormente, a Igreja havia se negado a indenizar nos casos em que o abusador havia falecido, uma situação comum.
A instituição enfrentou um escândalo após uma investigação histórica da mídia em 2021 que revelou abusos generalizados por parte de padres na Espanha. Essa revelação ocorreu após outros escândalos de abuso sexual envolvendo a Igreja Católica em diversos países, incluindo Estados Unidos, Irlanda e França.
Uma pesquisa divulgada no mês passado, integrante de um relatório do ombudsman de direitos humanos da Espanha, revelou que 0,6% dos 8.000 entrevistados afirmaram ter sido vítimas de abuso, chegando a 1,1% quando incluídos leigos, como professores de escolas católicas .
O relatório da Ouvidoria também criticou a Igreja por não colaborar com a investigação e por tentar “minimizar as características”.
Com informações de UOL