A Igreja Católica alemã interrompeu a colaboração com o investigador encarregue, desde 2011, de estudar os casos de pedofilia cometidos por padres.

Na origem da rutura com a equipa dirigida pelo diretor do Instituto de Criminologia da Baixa-Saxónia, Christian Pfeiffer, estarão divergências acerca das condições de independência do estudo.

O porta-voz da Conferência Episcopal alemã, Matthias Kopp, garante que a Igreja “não desistiu da investigação. A pesquisa para apurar os casos de abusos sexuais na Igreja Católica vai continuar, não é uma questão de contar ou não com Pfeiffer, com o qual o trabalho foi dado como terminado, pois o clima de confiança mútua foi destruído”.

O investigador rejeita responsabilidades na rutura, apontando nomeadamente o dedo à diocese de Munique e Freising, que acusa de influenciar os bispos para exigirem que os resultados da pesquisa sejam “submetidos a aprovação” antes de serem publicados.

Para Pfeiffer, “é óbvio que a investigação falhou, porque a Igreja Católica quer controlar e censurar. Pediu-nos para assinar um novo contrato, segundo o qual tinha o direito de proibir os textos escritos por nós, durante anos de trabalho, caso não gostasse [do conteúdo]”.

A ministra alemã da Justiça manifestou o apoio ao investigador, que pretende continuar o estudo de forma independente e apelou a antigas vítimas para que se manifestem.

O fundador de um grupo de vítimas, Norbert Denef diz, que “este caso pode ser comparado à Máfia que resolve os seus próprios crimes, o que não funciona, só podem ser investigados de fora”.

A diocese de Munique e Freising esteve no centro do escândalo revelado em 2010 por ter albergado um padre pedófilo nos anos 80, quando o arcebispo era o atual Papa Bento XVI.

[b]Fonte: euronews[/b]

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