Padres durante celebração de missa
Padres durante celebração de missa
EFE, em Paris

A comissão independente criada para investigar casos de pedofilia dentro da Igreja Católica na França calcula que houve pelo menos 3 mil vítimas de abuso sexual infantil na instituição desde 1950 até hoje.

Segundo um porta-voz do grupo de investigação, o número provisório de vítimas corresponde às queixas recebidas nos últimos meses, com 5,3 mil depoimentos no total, embora em algumas ocasiões com pessoas afetadas que ligaram em relação a vários casos.

O presidente da comissão, Jean-Marc Sauvé, declarou em entrevista coletiva virtual que o número de agressores é de pelo menos 1,5 mil.

O órgão – criado em 2018 a pedido do episcopado e da Conferência dos Religiosos e composto por cerca de 20 juristas, psiquiatras, sociólogos e outros especialistas após a revelação de vários escândalos – decidiu estender até 31 de outubro o recurso a possíveis testemunhas ou vítimas.

“Temos que relançá-la porque muitas vítimas não ouviram falar de nós ou não quiseram responder ao nosso pedido porque ainda há muito sofrimento ou porque pensam que não vai adiantar nada”, afirmou Sauvé à emissora de rádio francesa “RTL”, à qual detalhou que 30% das vítimas tem hoje mais de 70 anos de idade e 50% entre 50 e 70 anos. “Vidas arruinadas, destruídas, uma impossibilidade de viver e uma dificuldade considerável de superar”, lamentou o presidente.

Os números são provisórios e podem mudar como resultado das investigações em curso do grupo com as vítimas e nos arquivos episcopais. Os dados serão utilizados para um relatório oficial no último trimestre do ano que vem, e o objetivo, segundo Sauvé, é recolocar o abuso sexual infantil no centro dos debates e entender como essas questões têm sido tratadas.

Fonte: EFE

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