Vinte anos depois da queda do muro de Berlim e consequente fim dos regimes comunistas e ateístas, a Igreja Católica enfrenta novas dificuldades e desafios na Europa, afirmou nesta quinta-feira, em Paris, o cardeal Péter Erdö, arcebispo de Esztergom-Budapeste.

As declarações do presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) foram feitas na abertura da assembleia anual do organismo, que acontece até domingo e vai debater o tema “Igreja e Estado, 20 anos depois da queda do muro de Berlim”.

A reunião conta com a participação de praticamente todos os presidentes das conferências episcopais nacionais da Europa, além do cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos, e do Arcebispo Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as relações com os Estados, entre outros.

“A União Europeia, à qual muitos dos nossos países pertencem, está prestes a abraçar novas iniciativas, à luz do Tratado de Lisboa. A Igreja apoia tudo o que leve ao reforço da paz e das relações de solidariedade, mas estará sempre vigilante para que sejam garantidos o bem comum, o respeito pela vida e a liberdade religiosa”, disse.

Questões

Entre as situações que requerem uma resposta urgente da Igreja Católica, o cardeal Péter Erdö destacou a imigração, os desafios colocados pela nova cultura digital, o diálogo ecumênico e questões ligadas à cultura e educação e à defesa da vida e da família.

Erdö lembrou também a crise financeira mundial que marcou os últimos 12 meses e destacou as contribuições da Igreja Católica para responder às situações mais graves, como a encíclica de Bento 16 Caritas in Veritate (Caridade na Verdade), esperando que ela seja “impulso para que a crise seja, como a aurora, um sinal de que a escuridão está a desaparecer e a luz de um novo dia se está a levantar”.

Na saudação aos participantes, e falando sobre o tema da reunião, relembrou as palavras do papa durante a visita à França, em setembro do ano passado, segundo as quais a Igreja não quer substituir o Estado.

“Uma colaboração saudável entre a comunidade política e a Igreja, baseada na compreensão e no respeito pela independência e autonomia de cada um, proporciona ao homem um serviço que visa o seu desenvolvimento integral, tanto a nível pessoal como social”, disse, na época, o papa aos bispos franceses.

Na sexta-feira, serão apresentados os resultados de um inquérito à escala europeia sobre as relações entre Estado e Igreja.

Fonte: Lusa

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