O Episcopado do Brasil exigiu nessa quarta-feira uma ação urgente do governo para acabar com os “ataques à mão armada” a duas comunidades de índios guaranis no centro-oeste do país.

Os índios das comunidades guaranis Y’poí e Ita’y Ka’aguyrusu são vítimas constantes de ataques com armas de fogo e são submetidos a uma “brutal intimidação”, já que lhes foi privado o direito a circular, assim como seu acesso à água, à comida e a serviços de saúde e escolas, segundo um comunicado da entidade.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não identificou os supostos agressores, mas a organização Conselho Indigenista Missionário (Cimi), também vinculada à Igreja Católica, informou que as duas comunidades estão cercadas desde agosto por cerca de 80 homens contratados por fazendeiros para atacá-los.

Os supostos agressores tentam expulsar os índios de uma fazenda que eles ocuparam em abril, localizada em Paranhos, no Mato Grosso do Sul, e que reivindicam como uma de suas terras ancestrais, segundo o Cimi.

O Episcopado afirmou que “repudia” as ameaças e a “dramática situação” dos guaranis da região e fez um chamado ao governo para que ache uma solução “rápida, urgente e eficaz”.

Entre as medidas reivindicadas pela Igreja está a delimitação das terras indígenas, para a qual seria necessário expulsar os criadores de gado.

“Tal medida é o caminho para reverter o deplorável quadro de violência naquela região e, assim, garantir a vida deste povo que honra o país com sua cultura e seus costumes”, afirmou a nota divulgada pelo Episcopado.

As autoridades eclesiásticas lembraram que os guaranis, que ainda possuem cerca de 60 mil membros, sofrem com a demora da delimitação de terras nesta região.

O comunicado acrescenta que dezenas de famílias vivem há anos em acampamentos improvisados à margem das estradas do Mato Grosso do Sul. A organização defensora dos direitos dos indígenas Survival International também já havia se manifestado caso na semana passada.

[b]Fonte: Terra
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