O Sínodo geral da Igreja da Inglaterra rejeitou nesta terça-feira em Londres a ordenação de mulheres bispos, um assunto que gerou um intenso debate desde que foi aprovada a entrada de mulheres no sacerdócio há 20 anos.
Por uma estreita margem de votos, a proposta não conseguiu ser apoiada por dois terços das três câmaras que formam o órgão executivo da Igreja Anglicana – a dos bispos, a dos clérigos e dos laicos – devido ao fato de não ter alcançado a maioria exigida entre os seculares.
A recusa à ordenação de mulheres bispos, que se tivesse sido aprovada começaria a partir de 2014, se produz apesar do voto a favor do atual arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, e seu sucessor, Justin Welby, que assumirá o posto em janeiro.
Mas, como se esperava, o resultado foi muito acirrado e a maior oposição aconteceu na câmara dos laicos, onde 132 membros votaram a favor frente a 74 contra, sem atingir a maioria necessária.
Entre os bispos, no entanto, os sufrágios favoráveis foram 44 a favor e só 3 contra, enquanto entre os clérigos houve 148 votos a favor e 45 contra.
Os reformistas defenderam a ordenação de mulheres bispos como uma consequência lógica da incorporação feminina ao sacerdócio e a igualdade entre gêneros, sendo os que opositores a qualificam de aberração teológica.
Agora, o processo legislativo que permitiria um novo debate deverá começar novamente, o que impede que o assunto seja votado outra vez antes de 2019.
O atual processo legislativo a favor da ordenação de mulheres bispos começou em 2000, mas a forte oposição do setor mais conservador acabou impedindo sua aprovação até agora.
As mulheres supõem um terço dos 11 mil membros do clero da Igreja da Inglaterra, um número que continua aumentando, já que elas também representam 50% daqueles que se preparam para o sacerdócio.
Na Igreja Anglicana ao redor do mundo já existem 23 mulheres bispos em atividade entre Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos e Suíça.
[b]Fonte: EFE[/b]