A Prefeitura de Santo André informou que notificará a Igreja Internacional da Promessa, que funciona de maneira irregular há quatro anos na rua Carlos de Campos, no Centro, a apresentar o alvará de funcionamento do salão comercial que ocupa em até oito dias.

Se não apresentar o documento, a igreja fecha, de acordo com a administração municipal. Segunda-feira, após a publicação de diversas denúncias de charlatanismo contra a entidade na edição de domingo do Diário do Grande ABC e no portal FolhaGospel, o esquema de atendimento aos fiéis havia mudado. Não há mais a cobrança de ‘contribuições voluntárias’ e nem mesmo consultas espirituais com bispos. Apenas orações.

Na semana passada, um bispo da igreja cobrou R$ 500 para retirar uma entidade da casa do repórter, que havia contado uma falsa história, na qual relatava vários problemas familiares. Antes disso, uma vítima chegou a perder quase R$ 50 mil e outra, cerca de R$ 25 mil.

Segunda-feira, a vizinhança havia tomado conhecimento das práticas de charlatanismo da igreja por meio da reportagem publicada domingo. “Essa era a única igreja que eu conhecia que não tinha um horário certo para missa ou culto. Era um entra e sai de vez em quando, e só”, disse um comerciante vizinho à igreja. Ele lembrou que, mesmo nos horários marcados para o culto (10h e 14h), não havia mudança no movimento.

Motoristas de taxi da região disseram conhecer o bispo Carlos Roberto de Miranda, presidente da organização religiosa, e que já acompanhavam as denúncias contra a igreja desde a primeira vez que o Diário publicou acusações contra a instituição, em junho. Eles disseram que o movimento na igreja segunda-feira foi o mesmo que nos demais dias da semana.

Mudanças

Se por fora parecia tudo igual, dentro da Igreja Internacional da Promessa, as práticas eram bem diferentes do que na semana passada. Uma portinhola na escadaria, que leva ao salão dos cultos, que sempre fica aberta, segunda-feira estava fechada.

A repórter se passou por fiel em busca de ajuda. Diferentemente do último atendimento recebido pela reportagem, a uma integrante da igreja pediu o nome da repórter e a orientou a fazer uma oração. Nenhuma menção a dinheiro.

Durante a conversa, o telefone da igreja tocou. Era um fiel perguntando sobre a reportagem de domingo. “Me sinto uma vitoriosa, porque assim como Jesus que foi perseguido, nós também somos. Estou orando por essas pessoas (os repórteres). Para mim, é o demônio que está tentando derrubar a obra de Deus através dessas pessoas”, respondeu a recepcionista.

Fonte: Diário do Grande ABC

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