O presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Angelo Bagnasco, afirmou hoje que a Itália precisa de uma lei que evite novos casos como o de Eluana Englaro, e disse que, após a morte da mulher, agora os dias são dedicados “ao recolhimento e à oração”.
Bagnasco fez estas afirmações em programa de televisão, no qual expressou “grande dor e desorientação” diante da morte de Eluana, de 38 anos e em coma vegetativo há quase 17.
O líder dos bispos italianos pediu a Deus que ilumine a todos “para que a ferida da morte de Eluana seja curada”.
O cardeal mexicano e presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, Javier Lozano Barragán, um dos mais combativos neste caso, voltou hoje a expressar sua opinião e disse que Eluana se transformou em um “símbolo da vida”.
“Ninguém poderá nunca mais retirar a cura de um doente terminal. a dignidade da vida não é negociável. Eluana é um símbolo da vida”, disse Lozano Barragán, considerado o “ministro da Saúde” do Vaticano, em entrevista ao jornal italiano “La Stampa”.
O cardeal disse que chegará o momento no qual se verificará como a morte da italiana ocorreu e se há responsabilidades.
Barragán reiterou sua tese de que, se “a intervenção humana” foi decisiva na morte da mulher, seria preciso considerar o falecimento como “um delito”.
O cardeal qualificou recentemente de “abominável assassinato” o desligamento da sonda para alimentação que mantinha Eluana viva.
Ontem, logo após saber da morte da italiana, pediu a Deus que a receba “e que perdoe os que a levaram até esse ponto (de morrer)”.
Eluana morreu na casa de repouso La Quiete, em Udine, enquanto, no Senado, se debatia um projeto de lei para proibir a suspensão da alimentação e da hidratação que a mantinha viva.
Fonte: EFE