Um grupo eclesiástico da diocese de León, em Guanajuato, no centro do México, promoverá esta semana um retiro espiritual para que homossexuais possam “reorientar sua vida”, segundo fontes da organização do encontro.
O retiro vai reunir 80 pessoas, que vão refletir sobre sua identidade através do “encontro com Jesus Cristo”, disse o sacerdote organizador da clausura, Juan Martínez, da igreja São Judas Tadeu.
“Chamava-me muito a atenção o sofrimento destas pessoas”, declarou o padre sobre sua preocupação com os católicos homossexuais.
Para o religioso, a homossexualidade é “um acidente na vida”. Ainda segundo ele, não existem “pessoas homossexuais, mas homens e mulheres em situação de atração pelo mesmo sexo”.
“(A atração) pode durar muito tempo, mas a atividade sexual pode ser perfeitamente superada”, afirma Martínez.
A metade dos participantes do retiro já teve algum contato anterior com o conteúdo do encontro, por isso, para eles, esse novo período de reclusão e reflexão representará “um fortalecimento”.
Um encontro com estas características “não garante que a orientação (homossexual) vá ser superada”, apenas busca uma reflexão dos que participam dele através do contato com Deus, diz o sacerdote.
“Não se trata de privá-los de suas vidas, como dizem alguns grupos gays, mas de dar a eles uma identidade”, acrescenta Martínez.
O retiro, que custará 700 pesos (cerca de US$ 63), acontecerá de 31 de agosto a 2 de setembro.
O sacerdote também prepara uma oficina, intitulada “Atendimento pastoral a pessoas em situação de atração por pessoas do mesmo sexo”, para ensinar outros religiosos da diocese a receber fiéis “nessa situação” e a atendê-las “com compreensão e verdade”.
“Sem discriminação, todos somos filhos de Deus”, acrescenta o padre, que considera perfeitamente compatível uma pessoa homossexual professar a fé católica.
“A igreja quer passar uma atitude acolhedora, compreensiva e maternal. São nossos irmãos, também há preocupação com eles”, afirmou, por sua vez o vigário-geral da arquidiocese, Carlos Muñoz.
Segundo os dois religiosos, o arcebispo do estado, José Guadalupe Martín, apóia o encontro.
No México, um país com 105 milhões de habitantes, 90% da população se declara católica.
Fonte: Folha Online