O arcebispo da Igreja Ortodoxa no Chipre, Chrysostomos 2º, afirmou na segunda-feira que “a liberdade dos cristãos está mais uma vez ameaçada” no país.
Ele divulgou um comunicado afirmando que a celebração de uma missa no monastério de São Barnabás de Famagusta, no território ocupado pelo exército turco, foi impedida com uso de violência.
O terço norte da ilha de Chipre e a parte norte da capital encontram-se sob ocupação militar turca. A administração militar proclamou uma república turco-cipriota, reconhecida apenas pela Turquia. O episódio anunciado é o mais recente das tensas relações na região do Chipre ocupada pelos militares turcos desde 1974.
“Quando o arquimandrita – superior de mosteiro na Igreja Ortodoxa – monsenhor Gabriele se dirigiu para o monastério, transformado pelos turcos em um museu e até o momento acessível aos cristãos por meio do pagamento de um ingresso, um grupo de membros da polícia turco-cipriota uma milícia interveio ordenando a suspensão das atividades”, informou a nota divulgada pela embaixada do Chipre junto à Santa Sé.
“Enquanto o religioso se obstinava em terminar a missa, (os policiais) cobriram a voz do celebrante com insultos e ofensas contra a fé cristã. Todos os presentes foram fichados”, afirma a nota.
Apelo
Recentemente o arcebispo Chrysostomos 2º, preocupado pela liberdade dos cristãos no Chipre, mandou um apelo ao primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, à chanceler alemã, Angela Merkel, e ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, para que lhe fosse consentida a restauração das 500 igrejas destruídas que se encontram nos territórios ocupados pelos turcos.
O incidente ocorrido na segunda-feira, segundo a igreja ortodoxa, “condiz com as últimas declarações do chefe de Estado Maior das forças armadas turcas, o general Yasar Buyukanit, o qual no último dia 30 de julho em Ancara (capital da Turquia), em ocasião da celebração da invasão do Chipre, declarou que o Exército turco não abandonará nunca as terras conquistadas com as armas”.
Fonte: Portas Abertas