A Igreja ortodoxa rechaçou as acusações formuladas por dez acadêmicos russos _ entre eles, os Prêmios Nobel em Física Vitali Ginsburg e Zhores Alférov _ que a haviam censurado numa carta pública por “fazer julgamentos” e “suplantar com a fé os conhecimentos científicos”, bem como erradicar do terreno da educação “a visão materialista do mundo”.
A Igreja ortodoxa russa reconhece o avanço da ciência, opõe-se à mentalidade totalitária e procura consolidar a sociedade, sublinhou o porta-voz do Patriarcado de Moscou, o sacerdote Vladímir Vigilianski.
“A guerra dos ateus contra a Igreja se esconde atrás do êxito da ciência, apesar de que há um grande numero de cientistas crentes, para os quais a fé não entra em contradição com o conhecimento”, afirmou ele.
O Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Aleksej II, é membro da Academia Russa de Ciências, cujo presidente, Yuri Osipov, colabora com a Igreja, bem como um bom número de outros acadêmicos e cientistas, disse.
Os signatários da carta pública haviam pedido ao governo que impedisse a inclusão da Teologia na lista oficial das disciplinas científicas, demanda que o referido porta-voz qualificou de “inaceitável” e parecida à “luta contra moinhos de vento”. Também descartou o argumento de que o ensino de Bases de Cultura Ortodoxa nas escolas equivaleria à reintrodução da Lei de Deus como disciplina obrigatória.
Pe. Vigilianski recordou aos signatários da carta que “a atividade anti-religiosa de seus predecessores” havia derivado “num banho de sangue e na destruição de estratos inteiros da cultura”.
Fonte: Rádio Vaticano