“Que igrejas somos em tempos de globalização?” A pergunta é do pastor menonita e secretário da Comissão Inter-Eclesial de Estudos Teológicos e Sociais, pastor Jairo Arce, ao conclamar colegas à reflexão durante jornada comemorativa à Reforma protestante.
Até agora, disse, cristãos não conseguiram a unidade e a cada dia surgem novas denominações, algumas delas sem qualquer identidade.
“Às vezes discutimos e ficamos aborrecidos por causa de ideologias e doutrinas políticas, e caímos facilmente na mesma dinâmica da corrupção política”, apontou.
Arce relatou a tentativa de criação da Confederação de Instituições Educacionais Cristãs que, no terceiro encontro, acabou porque todos queriam ser os primeiros na direção do organismo. Nada aconteceu por causa dessa divisão, lamentou.
“Os reformadores foram inspiradas pela Bíblia nos momentos que viveram e vivem na Nicarágua ideológico e político confluência dos quais a Igreja deve participar, mas não fazer pactos ou acordos com os detentores do poder. Precisamos de ser profetas e profetizar a Palavra de Deus nestes tempos.
O pastor menonita lembrou que os reformadores inspiraram-se na Bíblia, mas destacou que a Reforma não foi apenas espiritual, mas também teve conquistas sociais e econômicas. Por isso, explicou, ministérios e igrejas promovem modelos cooperativos e associações de crédito.
Sob o aspecto ético, Arce lastimou que a igreja “nada tem feito, ou muito pouco, “num país que está contaminado pela corrupção e até mesmo dentro da própria igreja”.
No mês de outubro, o Conselho de Igrejas Evangélicas Pró-Aliança Denominacional (CEPAD) realizou seminários e círculos de estudo sobre a Reforma protestante, reportando-se ao significado da luta de Lutero. Mais de 100 pastores, de 43 comunidades, participaram desses encontros.
O coordenador do Programa de Estudos Teológicos a Distância do CEPAD, pastor Carlos Silva, explicou que esses encontros tinham por objetivo resgatar os valores que Calvino tanto prezou, como trabalho, economia e austeridade voltadas ao desenvolvimento sócio-econômico das comunidades.
Também o Conselho Nacional de Pastores Evangélicos de Manágua (CNPEM) realizou, ontem, reflexões sobre o legado de Lutero.
Fonte: ALC