A Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, fechou, durante o Carnaval, a compra da TV Guaíba, de Porto Alegre. O negócio incluiu as rádios Guaíba AM e FM.

A venda foi confirmada pelo diretor da TV Guaíba, Carlos Bastos Ribeiro. Segundo ele, a negociação foi fechada, na terça-feira, com a Rede Record, que não se manifestou sobre o assunto.

No mercado, a transação era calculada ontem em R$ 100 milhões. O grupo Guaíba não confirmou o valor do negócio. Segundo Ribeiro, foi uma negociação rápida. O grupo continua proprietário do jornal “”Correio do Povo”.

A aquisição causou surpresa no setor de radiodifusão. Havia alguns anos que não se tinha notícia de expansão da Igreja Universal nessa área. Até a TV Pampa, afiliada da Record no Rio Grande do Sul, foi apanhada de surpresa com a compra da TV Guaíba.

Segundo o vice-presidente da TV Pampa, Paulo Sérgio Pinto, a empresa tem dois contratos de retransmissão de sinais da TV Record no Estado: um para a região metropolitana de Porto Alegre, até março do ano que vem, e outro para o interior do Estado, com término previsto para o final de 2009.

Segundo o executivo, a TV Pampa não foi consultada nem avisada previamente do negócio pela Record. Por isso, ele diz acreditar que a compra seja para reforçar a estrutura da Rede Família ou da Rede Mulher -e não da Rede Record.

O bispo Edir Macedo começou a erguer o império de comunicação da Igreja Universal do Reino de Deus no final dos anos 80, quando comprou por US$ 45 milhões as três emissoras de TV da Record de São Paulo. Elas pertenciam a Silvio Santos e a Paulo Machado de Carvalho. A Igreja sofreu longa investigação da Receita Federal, por conta da compra, mas o negócio acabou autorizado pelo Ministério das Comunicações, em 1994, no governo Itamar Franco.

O grande salto de expansão da Universal neste setor se deu nos anos 90. Até 94, a Record tinha seis geradoras próprias de TV. Em 95, foram acrescidas mais oito.

Ainda nos anos 90, a Universal começou a investir em duas novas redes de televisão -Rede Mulher e Rede Família- dentro do propósito, anunciado à época, de reduzir o conteúdo religioso na programação da Record, para torná-la competitiva com a TV Globo.

Fonte: Folha de São Paulo

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