A Igreja Universal do Reino de Deus pediu oficialmente nesta segunda-feira que o Ministério Público de São Paulo investigue os promotores que denunciaram o bispo Edir Macedo e outros nove membros da igreja.

Segundo nota divulgada pela assessoria da Universal, o pedido de sindicância foi baseado em reportagens divulgadas pela imprensa sobre a legitimidade da denúncia.

Reportagem do programa “Reporter Record”, da TV Record, divulgada ontem à noite, ressalta o relacionamento entre o promotor Roberto Porto, responsável pela ação, e a juíza Patrícia Alvarez Cruz, que foi titular da vara onde a denúncia foi acolhida, o que invalidaria a denúncia. Porto e Patrícia foram namorados.

O Ministério Público também divulgou nota ontem na qual rebate as suspeitas da Record e esclarece que a denúncia foi oferecida pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e foi recebida pelo juiz Gláucio Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, após ser distribuída pelos trâmites legais do TJ (Tribunal de Justiça).

“A distribuição da denúncia foi feita de acordo com os trâmites legais, ou seja, por meio de procedimento eletrônico adotado pelo Tribunal de Justiça. A juíza Patrícia Alvarez Cruz, citada na reportagem, nunca atuou no processo criminal em questão que, conforme já explicado, é presidido pelo juiz Gláucio Roberto Brittes”, diz a nota, assinada pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira.

A reportagem do programa “Repórter Record” também criticou a TV Globo e mostrou uma entrevista com o bispo Edir Macedo. Cerca de 15 minutos depois, a Globo exibiu no ‘Fantástico’ reportagem na qual fiéis dizem ter sido enganados pela Igreja Universal do Reino de Deus.

Edir Macedo se defendeu das acusações durante a reportagem. “Antes eles tinham medo que eu fosse candidato à Presidência da República e hoje eles têm medo que a Record se posicione em primeiro lugar”, disse o fundador da Universal e dono da Rede Record.

Já na Globo, a reportagem, realizada por Cesar Tralli, mostrou ex-fiéis da Universal e propriedades de luxo que seriam de integrantes da igreja.

Leia a íntegra da nota da Universal

Nota à imprensa

A Igreja Universal do Reino de Deus vem a público informar que entrou hoje com pedido de abertura de sindicância contra os promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo responsáveis pela denúncia contra dez de seus membros encaminhada à Justiça. O pedido se baseia em sérias denúncias sobre a conduta de alguns promotores, veiculadas pela imprensa desde ontem.

A Igreja Universal informa também que repudia, veementemente, as acusações de que privilegia a Rede Record na compra de horários para a exibição de seus programas religiosos. Desde 2007, a Igreja Universal tenta, sem sucesso, adquirir espaços na programação nacional da Rede Globo e da Rede SBT, emissoras que, além da Record, detêm índices de audiência desejados pela instituição. Como uma entidade evangélica, a Igreja Universal acredita na propagação do Evangelho por meio de veículos de comunicação de massa.

Os pedidos de compra da Igreja Universal foram encaminhados ao departamento comercial das duas emissoras citadas, como provam os e-mails anexos. À TV Globo, a proposta foi enviada no dia 27 de fevereiro de 2007 – que foi recusada três dias depois. O SBT, consultado em 5 de março de 2007, sequer deu resposta.

Hoje, às 16h15, a Igreja Universal protocolou nova proposta de compra por horários na programação da Rede Globo. A proposta financeira e os detalhes do pedido de aquisição também estão anexos.

São Paulo, 17 de agosto de 2009.

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

Fonte: Folha Online

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