A Igreja Universal do Reino de Deus vive a sua pior crise financeira desde seu nascimento e isso tem tudo a ver com as novelas bíblicas da Record. Com a falta de dinheiro, a cúpula do canal já estuda diminuir ou até tirar o espaço desse tipo de produção no canal. A decisão, no entanto, caberá exclusivamente a Edir Macedo, após avaliar todas as situações.
Segundo apurou o NaTelinha, do portal UOL, a total liberdade para tomar qualquer tipo de decisão por parte de Cris Cardoso pode estar com os dias contados. Mas não se trata de problemas de relacionamento ou algo assim, é falta de dinheiro que pode abortar a ideia de transformar as novelas evangélicas em uma forma de lavagem cerebral da sociedade brasileiro, que vinha sendo posta em prática pela Record.
Acontece que ninguém esperava uma crise sem precedentes dentro da Igreja Universal. A reportagem do UOL ouviu de diferentes fontes que a arrecadação da IURD recusou cerca de 65% desde o início da pandemia. A igreja sobrevive basicamente de doações – chamadas de dízimos e ofertas – e com o aumento do desemprego, inflação e falta de dinheiro, a população diminuiu a contribuição financeira para religiões diversas. Além disso, a Universal viveu um problema com a Angola, perdendo todo o dinheiro arrecadado no país – 10% de tudo que é arrecadado em qualquer prédio da IURD no mundo vai para a sede administrar.
Diante disso, não houve outro caminho senão apertar os cintos e o início foi dentro da própria igreja, diminuindo o salário de pastores. Mas como não houve a solução, o outro caminho passou a ser enxugar os repasses para a Record. Oficialmente, a Universal não é dona da emissora, já que uma igreja não pode ter a concessão de uma TV no país, ela pertence a Edir Macedo, mas na prática, o canal é um ativo pertencente ao grupo religioso.
IURD não vai investir em novelas
Sem conseguir reverter a crise, mesmo com o fim da pandemia e sem enxergar luz no fim do túnel para recuperar a arrecadação do início de 2020, a solução apresentada por especialistas em finanças contratados pela Igreja foi de diminuir o repasse para a Record. Fontes ouvidas confirmaram que a expectativa é de que a emissora receba apenas 25% do previsto.
Com esses números, produzir novelas bíblicas fica praticamente inviável, a não ser que o mercado publicitário diminua o prejuízo. Acontece que diretores artísticos da Record mostraram para Edir Macedo que tramas bíblicas não se pagam sozinha e causam prejuízo. Isso porque, é praticamente impossível conseguir fazer merchans, além das marcas não demonstrarem interesse em anunciar.
A solução é abandonar novelas bíblicas
Os diretores artísticos, que não são ligados à IURD, já apresentaram a solução para Edir Macedo: voltar o investimento em produções contemporâneas, preferencialmente masculinas e que se pagavam. Cris Cardoso já se mostrou contra e vem tentando ela própria conseguir investidores para as próximas novelas bíblicas, mas até agora não conseguiu resultado algum.
Edir Macedo não tomou a decisão, mas nos corredores da Record fala-se que, pela primeira vez desde que Cris Cardoso assumiu o cargo, ela passa a balançar. Por mais que queira investir no formato, Edir Macedo sabe que, é impossível tirar dinheiro da igreja para fazer novelas e, com tramas no prejuízo, ele pode entrar numa enrascada ainda mais séria, semelhante até ao que aconteceu com a TV Manchete. Por isso, a crença corrente dentro da emissora é de que o fim das novelas bíblicas é uma questão de tempo.
Fonte: NaTelinha – UOL