A cinemateca equipada com home theater que será instalada na prisão onde o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) está preso custará ao menos R$ 23 mil.
A sala com uma TV de LED smart de 65 polegadas com Wifi, um Blu-ray Player 3D, um aparelho de som Receiver 51 e mais 160 DVDs, ficará pronta para uso nos próximos dias.
A TV custa de R$ 9 mil a R$ 14 mil, o Blu-Ray de R$ 10,6 mil a R$ 12 mil, e o aparelho de som cerca de R$ 3 mil.
Inicialmente, a informação oficial era a de que os equipamentos seriam doados, mas as igrejas apontadas como doadoras, procuradas, não confirmaram a sua participação.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio havia informado que os aparelhos foram doados pela Igreja Batista do Méier e pela Comunidade Cristã Novo Dia.
O órgão divulgou um documento que trata da doação dos itens assinados pelos pastores Carlos Alberto de Assis Cerejo e Cesar Dias de Carvalho e pela missionária Clotilde de Moraes.
O presidente da Igreja Batista do Méier, João Reinaldo Purin Junior, negou a ação. A igreja publicou uma nota em seu site na qual o líder religioso afirma que “não autorizou qualquer doação de equipamentos eletrônicos a qualquer complexo penitenciário”.
Diz ainda que “está adotando medidas para apurar e disciplinar quaisquer membros envolvidos no episódio ocorrido, que não agiram em nome da igreja”.
“A Igreja tem por hábito rejeitar quaisquer ofertas, doações e legados, quando estes tenham origem, natureza ou finalidade que colidam com os princípios éticos e cristãos exarados na Bíblia sagrada”, diz a nota assinada pelo pastor. Ele não retornou pedido de entrevista da reportagem.
Já a Comunidade Cristã Novo Dia informou para a reportagem que a princípio desconhece a informação da doação, mas que irá apurar.
MP abre inquérito sobre cinemateca
O Ministério Público (MP) abriu inquérito, nesta terça-feira, para investigar a instalação de um equipamento de home theater na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
“Diante das notícias veiculadas sobre irregularidades na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro informa que há procedimento em curso na 24ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal para apurar possível prática de crimes contra a administração pública, falsidade ideológica ou material”, informou em nota o MP, dizendo que também serão investigados eventuais atos de improbidade administrativa.
Fonte: Exame.com e O Dia