Igrejas cristãs na Síria se transformam em abrigos (Foto: Portas Abertas)
Igrejas cristãs na Síria se transformam em abrigos (Foto: Portas Abertas)

Igrejas cristãs das cidades de Aleppo e Latakia, ambas na Síria, abriram suas portas para receber desabrigados do terremoto de magnitude 7.8 que atingiu tanto a Síria, quanto a Turquia.

Segundo testemunhas locais, o terremoto impactou cinco cidades na Turquia e seis cidades na Síria, dentre elas Alepo e Latakia. Outro tremor de terra de magnitude 7,5 atingiu a cidade de Kahramanmaras às 13h30 em horário local. 

Edifícios ficaram completamente destruídos, mais de 7 mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas. Um número incontável de pessoas não pôde voltar para casa por causa dos danos gerados pelo terremoto.

Por isso, as pessoas deixaram áreas vizinhas com medo de novos tremores durante a noite. Parceiros locais em ambos os países fizeram um levantamento inicial das necessidades nas igrejas e nas comunidades cristãs e enviaram alguns itens de necessidade básica.

Assistência e abrigo

Pessoas encontraram refúgio nas igrejas locais das cidades de Alepo e Latakia que abriram as portas para recebê-las. Muitas famílias dormiram nos templos para se proteger dos tremores. As igrejas também ofereceram alimentos.

Uma das igrejas envolvidas acolheu mil vítimas do terremoto em Latakia. Outra igreja local, 200 pessoas e outro templo próximo abrigou 15 vítimas. Os Centros de Esperança de Alepo também estão fazendo esse trabalho de assistência, oferecendo comida, água e outros itens de necessidade básica.

Também há socorro para cristãos iranianos que vivem como refugiados na Turquia também. Igrejas locais na Turquia entregaram cobertores, comida e dedicaram momentos de conversa e oração com os cristãos afetados.

Ainda não há o número completo de igrejas engajadas nesse trabalho, nem o total de pessoas beneficiadas.

Mobilização

A Portas Abertas está mobilizando o envio de recursos para que o trabalho das igrejas locais continue na região. A necessidade de abrigo, cobertores e sacos de dormir está maior do que a capacidade de nossos parceiros e das igrejas locais. Além disso, o medo de novos tremores mantém as pessoas em pânico.

Um grupo de ajuda emergencial, constituído de líderes de igrejas de Alepo, foi organizado pela Portas Abertas, que conta com sua ajuda em oração para coordenar as ações com as igrejas parceiras e ONGs na região.

Por causa da instabilidade causada pelo primeiro dia dos terremotos, é difícil ter uma noção completa do desastre. “Estamos ativamente envolvidos com parceiros para conseguir os itens de necessidade básica o mais rápido possível e nos planejando para outros efeitos que essa crise pode gerar”.

Zonas de guerra

Alguns locais atingidos estão em zonas de guerra, por isso é muito arriscado ir para essas regiões, apesar da necessidade dos atingidos. A conexão de internet continua ruim, por causa dos tremores seguintes.

A ajuda que as igrejas oferecem são fruto do seu apoio em oração e com doações. Acompanhe nossas redes para saber como ajudar em breve e continue em oração pela Síria e Turquia.

Perseguição aos cristãos

Os dois países atingidos pelo terremoto estão na Lista Mundial da Perseguição 2023, da Portas Abertas. A Síria é o 12º país da lista e a Turquia é o 41º país mais perigoso para os cristãos.

Na Síria, em algumas áreas controladas por militantes islâmicos, líderes de igrejas históricas são principalmente alvo de sequestro ou ataques já que têm uma visibilidade pública maior. Isso é feito para intimidar a comunidade cristã. A maioria dos prédios de igrejas foram demolidos ou transformados em centros islâmicos.

Na Turquia, cristãos não são considerados membros plenos da sociedade. Eles têm acesso limitado a vagas de emprego no governo e enfrentam discriminação nas empresas privadas, sobretudo em empresas subsidiadas pelo governo. A filiação religiosa das pessoas permanece exibida no documento de identidade, o que facilita a discriminação dos cristãos quando procuram trabalho. Nos últimos anos, o governo proibiu que cristãos estrangeiros casados com mulheres turcas e com filhos permanecessem no país como residentes.

Fonte: Portas Abertas

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