A polícia antiterrorismo e alguns outros oficiais invadiram cultos em duas igrejas no Cazaquistão, em domingos de manhã consecutivos, no mês passado em Taraz, no sul da região de Jambyl.
A polícia emitiu três multas com média de um a dois meses de salário, além de dois avisos para punir encontros para cultos sem permissão do Estado.
As duas congregações pertencem ao Conselho de Igrejas Batistas, que não têm registros em nenhum dos antigos países soviéticos.
Os homens que atenderam ao telefone no Departamento de Polícia Regional Antiextremismo e Antiterrorismo de Jambyl, em Taraz, não responderam às perguntas da Forum 18 sobre porque as igrejas foram invadidas e desligaram o telefone. Ao ligarem novamente, a linha tinha sido direcionada para o fax.
Um policial admitiu ter participado da primeira invasão, mas se recusou a responder qualquer pergunta sobre porque a polícia invadiu a comunidade.
A sede do Departamento Regional de Assuntos Religiosos em Taraz, disse à Forum 18 que não tem nenhuma informação sobre as invasões e que seus oficiais não estiveram envolvidos. A única informação dada é que pessoas não podem se encontrar para cultos sem permissão do Estado.
Da mesma forma, Balgabek Myrzayev, que atua como chefe do Comitê de Harmonia Social (que controla as atividades religiosas) na capital do país, Astana, disse à Forum 18, em 4 de março, que não foi informado sobre invasões às igrejas e as multas em Taraz.
Apesar de alegar que “as leis não proíbem orações”, defendeu a punição para pessoas que se encontram para adorar sem a permissão do Estado. “Nossas leis não permitem organizações religiosas sem registro e eu não tenho o direito de mudar a lei”, disse à Forum 18. “Se uma lei foi adotada e entra em vigor, todos devem respeitá-la”, concluiu.
Uma corte na capital comercial Almaty multou o Conselho de Igrejas Batistas com uma média de dois meses de salário em 28 de fevereiro por adoração sem aprovação.
Já a polícia invadiu uma congregação no final de 2018 durante um culto no meio da semana e conduziu uma “análise pericial” da literatura religiosa apreendida.
Os batistas pretendem apelar da multa quando a decisão da corte for emitida por escrito.
Fonte: Portas Abertas