Cristãos durante culto na Nigéria. (Foto representativa: Portas Abertas)
Cristãos durante culto na Nigéria. (Foto representativa: Portas Abertas)

Na última semana, a população tomou as ruas em protesto na Nigéria. Os manifestantes criticavam o aumento exponencial do custo de vida de modo pacífico. Mas em pouco tempo, a violência começou a se espalhar. Treze pessoas foram mortas e toques de recolher foram anunciados em vários estados nigerianos para tentar controlar os roubos e o vandalismo.

No estado de Katsina, grupos radicais muçulmanos aproveitaram a crise para atacar as igrejas. Eles roubaram e depredaram os templos. Já no primeiro dia dos protestos, a igreja Living Faith, a congregação Deeper Life Bible e a igreja Power of Resurrection foram invadidas.

De acordo com agências de notícias locais, a igreja Living Faith foi a mais prejudicada. “Temos dois seguranças que cuidavam da igreja. Eles alternavam o turno de trabalho e descanso. Quando os protestos começaram, por volta das dez horas da manhã, os grupos se dirigiram à igreja, muitos deles em Napeps – uma espécie de triciclo –, quebraram a porta e invadiram as salas de aulas e o salão do templo”, conta David Jato, o pastor da igreja.

Nas outras igrejas, janelas foram quebradas, cadeiras foram levadas e instrumentos musicais e outros objetos de valor foram roubados. Por causa da violência, os cristãos locais fizeram o culto dominical nas próprias casas. Pouco antes de os protestos começarem, o representante da Associação Cristã da Nigéria (CAN, da sigla em inglês) orientou todos os pastores a alertarem os membros das igrejas sobre os riscos crescentes e para que todos procurassem permanecer em suas casas por segurança.

Toque de recolher

“Estou surpreso com esse ataque. Quando achamos que os protestos iam acabar, começaram as invasões às igrejas. É algo que todos devem condenar com veemência. A casa de Deus não é um mero armazém de alimentos. É um local de adoração”, acrescenta o pastor David Jato.

“Atingir a igreja não era um objetivo dos protestos, mas as pessoas se aproveitaram deles para fazer ataques”, diz Peter Musa, secretário da CAN. Depois que as igrejas foram atacadas, muitos cristãos foram orientados a fugir das regiões de maioria muçulmana para protegerem suas vidas. É nessas regiões que os seguidores de Jesus têm sido alvos de ataques frequentes em meio à crise na Nigéria.

Os incidentes foram relatados à polícia. Apesar de algumas prisões, a maioria das autoridades permanecem inertes, em silêncio. O presidente Tinubu fez um discurso no domingo (4), mas a insensibilidade ao clamor do povo sobre a crise econômica fez com que os protestantes ficassem ainda mais irados.

Grupos criminosos avançaram com facões e outras armas para saquear lojas, supermercados e depósitos do governo. As manifestações se tornaram letais nos últimos dias, com muitos mortos e feridos. Os estados de Kano, Jigawa, Yobe, Katsina e Plateau estabeleceram toques de recolher.

Fonte: Portas Abertas

Comentários