Agentes de inteligência iranianos atacaram uma igreja presbiteriana assíria de 100 anos em Tabriz (Irã), removeram a cruz de sua torre e a fecharam.
A Agência Internacional de Notícias Assíria relata que o incidente ocorreu no dia 9 de maio.
“Eles deixaram claro que o povo assírio não tem mais permissão para realizar cultos de adoração”, disse uma fonte ao ‘Artigo 18’, um grupo de advogados cristãos iranianos com sede em Londres.
Segundo a fonte, que integra a membresia da igreja, os agentes do Ministério da Inteligência e a Execução da Ordem do Imam Khomeini (EIKO) “entraram no complexo da nossa igreja e mudaram todas as fechaduras das portas, removeram a cruz da torre alta, instalaram alguns instrumentos de monitoramento e começaram a ameaçar e forçar nosso vigilante a sair de dentro do complexo imediatamente”.
A igreja, que é considerada Patrimônio Nacional, foi “confiscada” após uma decisão do Tribunal Revolucionário em 2011. No entanto, os membros da Igreja foram autorizados a usar as instalações até que as autoridades do governo iraniano a fecharam no início deste mês.
Fato é que ser cristão no Irã é algo bastante arriscado. Os crentes são proibidos de compartilhar sua fé com seus vizinhos muçulmanos ou até mesmo realizar cultos pregados em persa, a língua nacional do Irã.
“Muitas igrejas protestantes foram confiscadas no Irã”, explica o diretor de defesa do artigo 18, Mansour Borji. “Na maioria dos casos, o governo tem sido incapaz de reutilizá-las, especialmente se foram listadas. Então, elas normalmente permanecem como edifícios vazios, muitas vezes negligenciados, e que se transformam em ruínas antes de serem demolidos”.
Preocupação crescente
Esta repressão recente da igreja ocorre em um momento em que os líderes do Irã estão publicamente reconhecendo a disseminação do cristianismo em toda a república islâmica e se preocupam cada vez mais com isso.
O site Iranwire.com relatou que Mahmoud Alavi, o ministro da inteligência da República Islâmica, estava discursando para vários clérigos xiitas quando anunciou que “o cristianismo está se espalhando em ‘partes’ do Irã”.
“Não tivemos outra escolha senão chamá-los para perguntar por que eles estavam se convertendo”, disse Alavi ao grupo. “Alguns deles disseram que estavam procurando uma religião que lhes desse paz. Dissemos a eles que o Islã é a religião da fraternidade e da paz. Eles responderam dizendo: ‘Todo o tempo vemos clérigos muçulmanos e aqueles que pregam do púlpito falarem uns contra os outros. Se o Islã é a religião da cordialidade, então antes de qualquer outra coisa, deve haver cordialidade e paz entre os próprios clérigos”.
“Não é tarefa da comunidade de inteligência encontrar as raízes dessas conversões do Islã. Mas está acontecendo bem diante de nossos olhos”, acrescentou.
Fonte: Guia-me com informações de CBN News