Um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah do Líbano entrará em vigor na quarta-feira, após ambos os lados aceitarem um acordo mediado pelos Estados Unidos (EUA) e pela França. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou o acordo na terça-feira (26), destacando que o objetivo é pôr fim a um conflito devastador, que resultou na morte de milhares de pessoas desde o seu início do conflito em Gaza.
Biden afirmou que o acordo visa uma cessação permanente das hostilidades. “Isso foi projetado para ser uma cessação permanente das hostilidades”, afirmou, ressaltando que o Hezbollah e outras organizações terroristas não poderão mais ameaçar a segurança de Israel. As forças israelenses se retirarão gradualmente do sul do Líbano ao longo de 60 dias, enquanto o exército libanês assumirá o controle da região para evitar que o Hezbollah reconstituísse sua infraestrutura no local.
Enquanto isso, os civis de ambos os lados poderão retornar às suas comunidades de maneira segura, conforme afirmou Biden. O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, mencionou que o exército libanês mobilizará pelo menos 5.000 soldados para o sul do Líbano durante a retirada das tropas israelenses.
Apesar do progresso diplomático, as hostilidades não cessaram imediatamente. Israel intensificou seus ataques aéreos em Beirute e outras regiões do Líbano, enquanto o Hezbollah continuou a disparar foguetes contra o território israelense. Até o anúncio do cessar-fogo, as operações militares continuaram gerando mais vítimas e danos em ambas as partes.
A coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, saudou o acordo como uma oportunidade de encerrar o conflito devastador e destacou a importância da implementação das medidas acordadas. Porém, não há indícios de que essa trégua no Líbano influenciará um cessar-fogo em Gaza, onde a situação com o Hamas permanece delicada e o conflito continua a causar graves consequências humanitárias.
Embora o cessar-fogo tenha recebido apoio em várias partes, ele também enfrenta resistência, com algumas figuras políticas em Israel e no Líbano questionando a viabilidade e os termos do acordo. O ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, expressou preocupações quanto à segurança do retorno dos civis israelenses às suas casas e à capacidade do exército libanês de enfrentar o Hezbollah.
O cessar-fogo é um passo importante, mas o cenário continua tenso, com os desafios para a construção de uma paz duradoura ainda presentes. Desde outubro de 2023, Israel e o Hezbollah têm trocado tiros quase diários na fronteira, após os ataques do Hamas e a invasão israelense à Faixa de Gaza. Os confrontos se intensificaram no final de setembro de 2024, com bombardeios israelenses e uma invasão terrestre limitada.
Nesta terça-feira, Israel realizou novos ataques aéreos em Beirute, matando pelo menos sete pessoas. Israel alega que seus ataques visam garantir a segurança dos 60 mil residentes do norte de Israel deslocados pelos foguetes do Hezbollah. O Líbano enfrenta perdas econômicas de cerca de 8,5 bilhões de dólares, e a recuperação será demorada. O futuro do Hezbollah após a guerra é incerto, já que o grupo foi enfraquecido, mas não destruído.
Fonte: Comunhão