O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (foto), anunciou, neste domingo, a inclusão polêmica de dois locais sagrados do território ocupado da Cisjordânia na lista do patrimônio nacional do país.

Netanyahu afirmou que o pedido de inclusão do Túmulo dos Patriarcas de Hebron e do Túmulo de Raquel, em Belém, teria sido feito pelo partido ultraortodoxo Shas e já teria sido aprovado.

“Em um tempo de crescente globalização e superficialidade, estamos criando pontos para unir pais e filhos e aproximar os filhos do povo, da terra e da herança judaica e sionista”, disse ele, citado pelo portal de notícias Israel News.

Os partidos de direita e os dirigentes dos grupos de colonos judeus em territórios ocupados classificaram a decisão como “histórica”.

Mas o principal partido de oposição questionou a inclusão dos dois monumentos na lista de patrimônios nacionais.

“Esta é outra tentativa de misturar as fronteiras entre o Estado de Israel e os territórios ocupados. Só é preciso um pouco de pressão da direita e Netanyahu cede”, disse o chefe do partido esquerdista Meretz, Chaim Oron.

O ex-ministro de gabinete palestino, Mustafá Barghouti, disse que a decisão representa uma declaração de Israel de que não há esperança para as negociações de paz.

Congelamento

No ultimo mês de dezembro, Netanyahu anunciou o congelamento temporário, por um período de dez meses, de novas construções em assentamentos judaicos na Cisjordânia. A proposta, no entanto, exclui Jerusalém Oriental.

A Autoridade Palestina, no entanto, já afirmou diversas vezes que Israel deve congelar permanentemente a construção de novos assentamentos antes de voltar à mesa de negociações – uma condição negada por Netanyahu.

Em 24 de janeiro, o premiê israelense assitiu a cerimônias simbólicas de plantação de árvores nos assentamentos judeus na Cisjordânia e declarou que Israel “jamais abandonará essas áreas”.

Segundo o repórter da BBC Bob Trevelyan, a visita de Netanyahu buscava, aparentemente, aplacar a ira dos colonos judeus, que se opõem ao acordo de suspender parte da construção de assentamentos por quase um ano.

Fonte: BBC Brasil

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