O cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, ministro da Saúde do Vaticano, admitiu nesta quinta-feira que o Papa João Paulo II se negou, poucos dias antes de morrer, em abril de 2006, a receber tratamento terapêutico que poderia ter prolongado sua vida.

As declarações do ministro ao jornal Corriere della Sera são uma resposta da Santa Sé a polêmica que se instalou na Itália há várias semanas devido à publicação de um livro que assegura que João Paulo II foi vítima de eutanásia.

O livro, escrito pela diretora da escola de especialização em anestesia e reanimação da Universidade de Ferrara, Lina Pavonelli, e o diretor da revista Micromega, Paolo Flores, afirma que as curas adotadas nas últimas semanas de vida do pontífice levaram, conscientemente, o paciente a não sobreviver por muito tempo.

“O Papa perguntou aos médicos se poderia ser curado, e eles responderam que não. Ele respondeu então: ‘graças a deus, me deixe aqui no palácio apostólico, me entrego a Deus'”, contou Barragán.

No mês passado, a Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada da defesa da doutrina da Igreja, redigiu um documento que estabelece que os católicos são obrigados a alimentar as pessoas que se encontram em estado vegetativo.

O documento foi elaborado como resposta a uma série de perguntas doutrinais que vieram à tona após inúmeros casos de “morte antecipada”.

O debate sobre a eutanásia vem ganhando força na Itália após o pedido do Partido Radical para que seja legalizada.

Fonte: AFP

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