Alunos do Ensino Médio de escolas públicas e privadas, na faixa média dos 15 anos de idade, convivem muito bem com sua crença religiosa e a teoria da evolução das espécies desenvolvida por Charles Darwin há 150 anos.
É o que constata pesquisa desenvolvida pelo professor Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), que ouviu 2,3 mil alunos de todas as regiões do país. “Os alunos religiosos brasileiros são bem menos fundamentalistas do que se esperava”, declarou Bizzo ao repórter Herton Escobar, de O Estado de S. Paulo.
Num questionário de 23 perguntas ou afirmações, alunos podiam concordar ou discordar das proposições. Mais de 70% se declararam pessoas religiosas e acreditam no credo que confessam: 52% eram católicos, 29% evangélicos e 7,5% sem religião.
Mais de 70% disseram que a religião não os impede de aceitar a evolução biológica, segundo a qual todas as espécies que vivem no planeta Terra, incluindo o ser humanos, evoluíram de um ancestral comum por meio da seleção natural.
“A porcentagem dos que rejeitam completamente a origem biológica do homem é menor que a de evangélicos na amostra, o que é uma surpresa, já que os evangélicos no Brasil costumam ser os mais fundamentalistas na interpretação do relato bíblico”, comentou Bizzo.
Outra pesquisa, essa realizada nos Estados Unidos pelo Public Religion Research Institute e pelo Berkley Center da Universidade de Georgetown, concluiu que os jovens do país são cada vez menos religiosos.
O estudo concentrou-se em jovens na faixa etária dos 18 aos 24 anos de idade, definidos como “millennials”, que trocam a religião de sua infância por outros credos ou por nenhuma religião.
Desse contingente, apenas 11% não tinham nenhuma adesão religiosa na infância. O total dos millennials não religiosos bateu na casa dos 25%, dos quais 35% cresceram nessa situação. Mas 23% eram católicos e 21% protestantes brancos tradicionais.
Entre os millennials que foram educados como católicos, menos de dois terços – 64% – continuam sendo católicos. A quarta parte deles define-se como sem religião e 11% trocaram de religião.
Não é muito diferente o quadro entre os jovens protestantes: 29% dos que foram educados nessa fé religiosa se declararam “não religiosos” e 12% procuraram outra religião.
Dos 2 mil entrevistados, 40% disseram que a religião é muito importante. Dentre os jovens evangélicos, 78% sustentaram essa afirmação, frente aos 44% de católicos e 37% de protestantes. Já 33% indicaram que a religião é pouco ou nada importante para a sua existência.
Dos entrevistados, 54% afirmaram que Deus é um ser com o qual se pode estabelecer uma relação, 22% disseram que Deus é uma força impessoal, e 14% declararam que não acreditam em Deus.
[b]Fonte: ALC[/b]