Organizações muçulmanas e judaicas dos Estados Unidos reagiram de forma diferente ao discurso que o presidente Barack Obama fez ontem no Cairo, no qual buscou uma aproximação com o mundo islâmico e reconheceu o sofrimento do povo palestino.

“O presidente estabeleceu um novo marco nas relações entre os Estados Unidos e a comunidade muçulmana”, disse à Agência Efe Salam al-Marayati, diretor-executivo do Conselho Muçulmano de Assuntos Públicos (MPAC, na sigla em inglês).

Na opinião de Marayati, o discurso foi “equilibrado” porque anunciou uma mudança na política americana e, ao mesmo tempo, pediu a reforma no mundo muçulmano, ao apelar para que os Governos islâmicos reconheçam direitos básicos de seus cidadãos, inclusive os da mulher.

Por sua vez, o Comitê Antidiscriminação Árabe-Americano (ADC, em inglês) disse que, em seu discurso, Obama reconheceu o valor da civilização islâmica, o que ajuda a eliminar estereótipos equivocados sobre os árabes e os muçulmanos.

Já o Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense (AIPAC, em inglês) evitou fazer críticas. A entidade apenas destacou que o presidente reiterou o vínculo entre os dois países e pressionou o Hamas a abandonar a violência.

No entanto, a Liga Antidifamação se disse “desanimada”, porque o presidente “sentiu a necessidade de equilibrar o sofrimento dos judeus no genocídio com o dos palestinos em consequência das guerras árabes”.

Por sua vez, Jennifer Laszlo Mizrahi, presidente do Projeto Israel, afirmou que Obama deveria ter esclarecido que os judeus deveriam voltar a Israel e que os refugiados palestinos têm de retornar a “uma pátria palestina”, e não a suas antigas casas, localizadas onde hoje fica o Estado israelense.

Mizrahi também se disse “muito preocupada”, porque Obama disse que o Irã tem a direito ter acesso a material nuclear com fins energéticos, embora haja o risco de estes caírem em mãos terroristas.

Fonte: EFE

Comentários