Um juiz federal americano permitiu a continuação de um processo apresentado por três vítimas de padres pedófilos, pelo qual exigem uma indenização do Vaticano, apesar da proteção que este goza como governo estrangeiro, informou nesta sexta-feira uma fonte judicial.
Em processo apresentado em 2004, três pessoas que afirmam ter sido vítimas de padres pedófilos exigem serem indenizadas diretamente pelo Vaticano.
Estas pessoas argumentaram que as hierarquias da Igreja Católica não informaram as paróquias locais nos Estados Unidos de que certos sacerdotes podiam representar um risco para crianças e que tampouco notificaram as autoridades sobre os crimes cometidos por alguns de seus padres.
O juiz John Heyburn, encarregado deste caso no tribunal federal de Louisville (Kentucky, centro-leste), abriu o caminho para um eventual processo, avaliando que uma parte dos fatos denunciados não estava compreendida na lei de imunidade estrangeira.
Em sua decisão de quinta-feira, o juiz Heyburn avaliou que os membros do clero católico podem ser considerados funcionários subordinados ao Vaticano, e mesmo que os crimes não tenham sido cometidos no âmbito de suas funções oficiais, a Igreja possivelmente é responsável pelos esforços de certos sacerdotes e bispos para ocultar estes fatos.
No entanto, se o caso for a julgamento, os demandantes deverão provar que as ações para evitar os escândalos foram dirigidas diretamente pelo Vaticano.
Desde os anos 1990, milhares de casos de abusos por parte de sacerdotes católicos, a maioria contra meninos e ocorridos na década de 1950, provocaram a renúncia de vários bispos e deram lugar a enormes indenizações para as vítimas.
Fonte: AFP