Quase 10 mil mulheres serão qualificadas, interrogadas e levadas a julgamento acusadas de praticar abortos em uma clínica de Campo Grande (MS). A decisão foi tomada anteontem pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Mato Grosso do Sul, Aloísio Pereira dos Santos, atendendo pedido do promotor estadual de Justiça Paulo César dos Passos.
Segundo o promotor, “são pessoas arroladas em procedimentos abortivos considerados crimes, ocorridos entre 1º de agosto de 1999 e 2001, que devem ser qualificadas, interrogadas e, logicamente, se culpadas, indiciadas. A pressa é para evitar a prescrição do delito, que ocorre em oito anos”. Desde maio foram julgadas 26 pessoas. Agora são mais 9.800 acusadas no inquérito instaurado em abril do ano passado contra a médica Neide Mota Machado, proprietária da Clínica de Planejamento Familiar, no centro de Campo Grande.
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual e as investigações da Polícia Civil, foram realizados abortos durante 20 anos no local. A delegada do 2º Distrito Policial, Regina Márcia Rodrigues Mota, responsável pelo caso, ainda não sabe como executar a tarefa. “Estamos estudando a organização de uma força-tarefa para concluir os inquéritos e remetê-los à Justiça.” A médica responde ao processo em liberdade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Fonte: Agência Estado