Para comercializar os terrenos, supostos corretores estariam usando uma procuração falsa do bispo diocesano da região, Dom José Moreira Bastos Neto.

Um área doada à Igreja Católica em 1937 e repassada a famílias carentes a partir de 1984 foi bloqueada judicialmente porque, de dois anos para cá, ao menos 80 lotes foram vendidos de maneira ilegal. A área em questão tem um valor estimado em R$ 1 milhão. O caso acontece em um loteamento do distrito Véstia, em Selvíria, cidade distante 400 km de Campo Grande (MS).

Para comercializar os terrenos, supostos corretores estariam usando uma procuração falsa do bispo diocesano da região, Dom José Moreira Bastos Neto.
O líder católico disse que, embora a igreja não se interesse mais pela área, ele não assinou documento algum permitindo a venda dos imóveis. Desde que doou os lotes, as escrituras não foram transferidas aos moradores, isto é, ainda permanecem em nome da Igreja.

O caso é investigado desde 2009 pelo promotor de Justiça Fernando Marcelo Peixoto Lanza. Por meio de denúncia anônima, ele soube que um vereador da cidade de Selvíria, José Cecílio da Silva Filho (PT), teria negociado a área do loteamento. Foi então que o religioso pediu para a Polícia Civil abrir inquérito.

A intenção do promotor é que os lotes sejam regularizados apenas para as famílias que comprovarem que receberam o lote da igreja por meio de doação.

O vereador confirmou ter comprado e já vendido terrenos do loteamento do distrito de Véstia. Contudo, garantiu ter pagado pela área e agora pensa em mover uma ação contra a Igreja, que negou transferir o imóvel para o nome do parlamentar.

Pela decisão judicial, daqui em diante ninguém vende nem compra a área do loteamento até o término da investigação proposta pelo Ministério Público. De acordo com o suposto esquema, com a procuração falsa do bispo, alguns compradores de lotes teriam conseguido transferir a documentação do imóvel para seus nomes.

[b]Fonte: UOL[/b]

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