O pastor Anderson Silva foi condenado em ação civil pública após publicar textos e vídeos com conteúdo considerado misógino pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
O caso teve início após duas postagens feitas pelo pastor nas redes sociais — um texto no Facebook e um vídeo no YouTube — que, segundo o MP, reforçavam estereótipos capazes de incentivar violência contra mulheres.
O valor atualizado da condenação chegou a R$ 46.122,05, segundo decisão da 12ª Vara Cível de Brasília.
De acordo com o processo, a primeira postagem ocorreu em 21 de setembro de 2021, quando Anderson publicou, em seu perfil pessoal no Facebook, o texto intitulado “A mulher e seu potencial demoníaco!”, no qual atribuía às mulheres características como “vingativas”, “manipuladoras” e “diabólicas”.
O documento transcreve trechos da publicação original, incluindo afirmações como:
“Uma mulher não amada e liderada se torna um demônio.”
“Sabe onde a mulher esconde sua maldade? Nos índices do machismo!”
“A mulher é especialista em ocultação.”
“Mulher é orgulhosa, vingativa e manipuladora!”
Em seguida, diante da repercussão, o pastor publicou um vídeo no YouTube, agora vinculado à sua atividade religiosa, com o título “O potencial demoníaco da mulher”, tentando justificar o teor da primeira postagem. No material audiovisual, porém, segundo o MP, ele reiterou o conteúdo misógino.
O processo destaca trechos do vídeo, como:
“Quem desobedece a Deus terá sua potencialidade demoníaca estabelecida.”
E ainda:
“Fale mal da sua mãe, mas se você falar mal desse pessoal, ‘ferrou’ sua vida.”
O Tribunal avaliou que as publicações criavam tensão entre a liberdade de expressão do pastor e a proteção constitucional da dignidade das mulheres — sendo esta última prevalente no caso.

