O casal foi condenado por homicídio por não ter levado o filho a um hospital, preferindo orar para que ele se curasse.
A Justiça de Oregon City, no Estado de Oregon (EUA), condenou por homicídio Dale e Shannon Hickman, ambos com 26 anos, por não ter levado seu filho recém-nascido a um hospital, preferindo orar para que ele se curasse. A sentença será anunciada até o final de outubro. Até lá, eles permanecerão em liberdade.
Ambos são da Seguidores de Cristo, que é uma igreja cujos fiéis têm um histórico de rejeitar a medicina porque acreditam na cura pela fé. Cinco outros devotos já foram condenados pelo mesmo motivo.
O MP (Ministério Público) acusou os dois de homicídio porque oraram e passaram óleo ungido em Davi, o filho que nasceu com problemas respiratórios por ter infecção bacteriana e pulmões subdesenvolvidos.
Shannon não procurou ter um acompanhamento pré-natal porque essa seria a orientação da igreja. Ela teve o parto na casa de uma parente dois meses antes do previsto.
Shannon disse ter pensado em ligar para a emergência, mas o seu marido pediu que não o fizesse porque ele “estava rezando”. Para o MP, contudo, o casal sempre achou que o filho seria curado pela fé em Jesus.
Médicos ouvidos pela Justiça afirmaram que, se Davi tivesse tido atendimento médico, a chance de sobrevivência seria de 99%.
Mark Cogan, advogado de defesa, disse não haver evidências de que o bebê seria salvo se tivesse sido socorrido por médicos. Disse que os seus clientes são vítimas de perseguição religiosa.
Shannon afirmou que não se sente culpada porque a morte de seu filho decorreu da “vontade de Deus”.
Para homicídio, a pena em Oregon é de no mínimo seis anos de prisão. Mas como existe uma atenuante para casos envolvendo crenças religiosas, o casal deverá ficar preso por 18 meses no máximo, além de pagar multa de US$ 250 mil (R$ 464 mil).
[b]Fonte: Paulopes[/b]