Choques entre muçulmanos e cristãos neste fim de semana mataram 10 e feriram 186 no Cairo.
O ministro da Justiça do Egito prometeu neste domingo usar “mão de ferro” para manter a segurança no país, após os confrontos entre muçulmanos e cristãos na noite de sábado que deixaram 10 mortos e 186 pessoas feridas na capital, Cairo.
As autoridades “vão atacar com mão de ferro todos os que buscam mexer com a segurança da nação”, disse Abdel Aziz al-Gindi.
O Exército egípcio disse que mais de 190 pessoas detidas por causa dos conflitos no bairro de Imbaba vão a julgamento, medida que chamou de “prevenção” contra novos atos de violência.
O correspondente da BBC no Cairo disse que o governo egípcio está considerando o ocorrido seriamente a ponto de o premiê Essam Sharaf cancelar uma visita ao Golfo Pérsico e convocar uma reunião de emergência.
[b]O episódio
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Os confrontos começaram depois que centenas de muçulmanos conservadores se reuniram em uma igreja alegando que uma mulher cristã que se converteu ao islamismo estava sendo mantida contra a vontade dentro da igreja.
Segundo a agência Mena, a mulher teria se casado com um muçulmano e queria se converter ao islamismo.
O que teria começado como uma discussão entre manifestantes, seguranças da igreja e moradores das proximidades evoluiu para um confronto envolvendo armas, bombas e pedras.
Duas igrejas e algumas casas do bairro foram incendiadas e foram necessárias algumas horas para que os serviços de emergência e militares controlassem a situação.
Segundo o correspondente da BBC, a ocorrência de outro episódio grave de violência em uma comunidade, enquanto o governo militar lidera um processo de transição hesitante é mais um motivo de preocupação para o Egito.
[b]Rivalidade
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Em março 13 pessoas morreram em confrontos semelhantes em outro bairro.
Em abril, manifestantes na cidade de Qena, sul do Egito, cortaram os transportes para o Cairo durante uma semana em protesto contra a indicação de um governador cristão para a região.
Cerca de 10% da população do Egito é formada por coptas. A maioria é de muçulmanos.
De acordo com o correspondente da BBC, esta minoria cristã agora teme pela própria segurança caso os muçulmanos conservadores consigam bons resultados nas eleições, marcadas para setembro.
[b]Fonte: Estadão[/b]