A Promotoria da cidade polonesa de Koszalin, no litoral báltico, ordenou ontem o fechamento de uma exposição do artista Peter Fuss, montada na galeria “Scena”, devido a seu conteúdo anti-semita.
A exposição intitulada “Jesus Christ King of Poland” (Jesus Cristo Rei da Polônia) provocou grande indignação entre os visitantes e intelectuais da cidade, porque sua principal mensagem era a palavra de ordem “fora judeus de um país católico”.
Um dos principais elementos da exposição era um grande retrato do sacerdote redentorista Tadeusz Rydzyk, diretor da “Rádio Maria”, emissora católica ultranacionalista e fundamentalista.
Outro elemento importante da exposição era uma lista com os nomes de mais de duzentas personalidades polonesas que os anti-semitas afirmam ser de origem judaica.
Fuss também é autor de um grande cartaz, pendurado nas cercanias da igreja do Espírito Santo, em um dos bairros mais populosos da cidade, no qual, sob os rostos de 56 destacados artistas, jornalistas e políticos, aparece a citada frase “fora os judeus de um país católico”.
Entre as pessoas que aparecem no cartaz estão o presidente da República, Lech Kaczynski; o ex-presidente da Polônia Lech Walesa; a vencedora do prêmio Nobel de Literatura Wislawa Szymborska; o destacado cineasta Andrzej Wajda, o ex-presidente do Banco Central Leszek Balcerowicz, e muitas outras personalidades.
Roberth Knuth, diretor da galeria, assegurou que seu salão de exposições não tem nada a ver com o cartaz ou com o conteúdo anti-semita da exposição.
“O único responsável é o próprio artista, que é uma pessoa adulta e responde por seus atos”, acrescentou o diretor da galeria.
A Polícia cobriu o polêmico cartaz e abriu inquérito contra Fuss.
O artista pode ter cometido o crime de difamação de funcionários públicos, punido com pena máxima de dois anos de prisão.
A Polícia parece ter problemas para identificar Peter Fuss, já que se trata de um personagem que nunca se deixou fotografar e nunca foi visto em público.
“Eu falei com ele várias vezes, mas nunca o vi com o rosto descoberto, sem máscara ou sem uma maquiagem especial”, confessou Knuth.
A Polícia afirma que, por enquanto, a única coisa que se sabe com toda certeza sobre Fuss é que vive na Polônia e no Reino Unido.
Seus polêmicos cartazes, colocados ilegalmente em lugares públicos, sempre são em preto e branco e criticam a realidade da Polônia e do mundo.
Quando Lech Kaczynski foi eleito presidente da Polônia, Fuss criou um cartaz com a imagem dos dois irmãos Kaczynski e a pergunta: “Qual deles é o presidente?”.
Fonte: EFE