A Justiça de Angola decretou no último fim de semana o fechamento de quatro templos da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) no país, reportou a agência de notícias portuguesa Lusa ontem.
Segundo a agência, uma fonte policial lhe disse que, por ordem do Ministério Público angolano, todos os templos da IURD no país serão fechados, mas que o processo se dará “de forma gradual”.
Em declaração à Lusa, a Universal se disse “surpresa” com a ordem de fechamento dos templos. Segundo a IURD, ocorriam cultos nos locais quando os oficiais angolanos chegaram ordenando o fechamento dos templos.
Este último fim de semana foi o primeiro com cultos liberados em Luanda, capital de Angola, desde março, quando foram impostas medidas de distanciamento social para conter a disseminação do novo coronavírus no país
Os fechamentos do último fim de semana aconteceram pouco mais de um mês depois da Procuradoria-Geral de Angola apreender outros sete templos da IURD por “indícios suficientes da prática de delitos como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, abuso de confiança e outros atos ilegais”, segundo comunicado do órgão na época.
Os quatro templos fechados pela Justiça angolana são os de Kilamba, Estalagem, Km 30 e Samba. Segundo a Universal, os agentes policiais que fecharam os templos não estavam “munidos de qualquer mandado ou documentação de suporte”.
Crise na IURD angolana
Desde o fim do ano passado, pastores angolanos da Universal têm tomado controle de templos da igreja no país, rompendo com a IURD brasileira. Em junho, 50 templos da igreja em Luanda estavam sob controle dos dissidentes, segundo os mesmos.
Em julho, o SIC (Serviço de Investigação Criminal) de Angola realizou ações de busca e apreensão contra pastores da IURD no país. A investigação mirou suspeitas de evasão de divisas e de lavagem de dinheiro, segundo apuração do UOL na época.
A ação dos dissidentes e da Justiça angolana fez com que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enviasse em julho uma carta ao presidente angolano, João Manuel Lourenço, demonstrando preocupação com a situação da IURD no país.
Em publicação em seu Diário Oficial ainda no fim de julho, o governo angolano oficializou a destituição dos brasileiros do comando da IURD no país.
Fonte: UOL