Sônia e Estevam Hernandes, casal líder da Igreja Renascer em Cristo (Foto: Rede Gospel TV)
Sônia e Estevam Hernandes, casal líder da Igreja Renascer em Cristo (Foto: Rede Gospel TV)

A Igreja Renascer ainda não pagou a indenização total determinada pela Justiça a uma fiel que sofreu um edema cerebral e ficou quarenta dias na UTI, após o desabamento do teto da igreja que matou nove pessoas, há quatorze anos. A dívida hoje, de acordo com o processo judicial, está em cerca de R$ 1,1 milhão.

No dia 18 de janeiro de 2009, a fiel aguardava o início do culto no templo da avenida Lins de Vasconcelos, na Aclimação, quando o teto da igreja cedeu totalmente. Atingida na cabeça, teve de passar por uma cirurgia craniana e sofreu diversas complicações.

Além das nove mortes, cerca de 100 pessoas ficaram feridas, de acordo com relatos da época.

“A responsabilidade pelo acidente foi da Renascer, que não conservou e manteve o local em condições de segurança, e ainda não impediu a presença de pessoas no interior da igreja, mesmo sabendo que o telhado dava sinais de instabilidade”, afirmou a mulher à Justiça.

A Igreja Renascer em Cristo, fundada nos anos 1980 pelo apóstolo Estevam Hernandes, foi condenada a indenizar a fiel. O processo transitou em julgado em 2017, ou seja, não cabe mais recurso em relação ao mérito.

Como a Renascer não fez o pagamento integral da indenização, o juiz Sérgio da Costa Leite determinou no final de agosto a penhora das contas bancárias da igreja, mas apenas R$ 59 mil foram encontrados.

O valor foi transferido para uma conta judicial e, se não houver contestação, será repassado para a vítima. Outras medidas contra a Renascer ainda podem ser adotadas.

A Igreja disse à Justiça não ter responsabilidade pelo acidente. Afirma que a culpa pelo desabamento é dos engenheiros e da empresa contratada para realizar as reformas do telhado. Disse também ser “vítima dos fatos”.

Em relação à indenização, a Renascer declarou no processo ter todo o interesse em fazer o pagamento, mas disse que os valores cobrados são muito superiores aos determinados pela Justiça.

Declarou que já fez diversos depósitos judiciais e questiona o cálculo da atualização da dívida, afirmando que não foram utilizados os índices corretos para correção monetária da dívida e dos juros.

“Em nenhum momento a Renascer tenta fugir da obrigação”, afirmou sua defesa à Justiça.

A Igreja afirma também que tem feito propostas para o pagamento parcelado da dívida, mas que ainda não houve acordo.

Em mensagem enviada à coluna de Rogério Gentile, do UOL, a vítima disse que nunca houve oferta de acordo por parte da igreja.

Fonte: Coluna de Rogério Gentile – UOL

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