É o que indica um estudo elaborado sobre o papel da religião nas eleições presidenciais de 2012 nos Estados Unidos.

O lado mórmon do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney é um fator que pode prejudicá-lo nas eleições primárias à candidatura republicana para a Presidência dos Estados Unidos, mas não será tão determinante caso ele seja escolhido para o pleito de 2012.

É o que indica um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo instituto de pesquisa Pew, elaborado a partir dos resultados de uma pesquisa nacional sobre o papel da religião nas eleições presidenciais de 2012.

Segundo o levantamento, apenas metade dos entrevistados e 60% dos republicanos que se declararam protestantes evangélicos sabiam que Romney era mórmon.

Os protestantes evangélicos, que integram grande parte do eleitorado republicano, são o grupo religioso mais crítico à crença mórmon em geral. De acordo com o estudo, 53% deles opinam que essa doutrina não pode ser considerada cristã.

Nas eleições primárias, somente 17% dos protestantes evangélicos de ideias republicanas elegeriam Romney, considerado o grande favorito da corrida.

No entanto, se o ex-governador de Massachusetts passar das primárias e chegar a enfrentar o presidente Barack Obama nas eleições gerais de 2012, 91% desses protestantes evangélicos votariam nele para evitar a reeleição do atual governante americano.

“Não há provas de que a fé mórmon de Romney dissuadiria os republicanos declarados, inclusive os brancos evangélicos, a apoiá-lo caso vença a nomeação republicana”, conclui o estudo.

Isso pode ser justificado pelo fato de que “os mesmos republicanos que têm dúvidas sobre a fé de Romney estão entre os oponentes mais veementes de Obama”.

O mormonismo de Romney é há anos alvo de críticas dentro de seu próprio partido. Muitos analistas consideram a doutrina uma das principais razões pelas quais o político fracassou ao tentar ser oficializado como candidato do Partido Republicano nas eleições presidenciais de 2008.

Da mesma forma que os mais de 6 milhões de mórmons que vivem nos Estados Unidos, o bem-sucedido político não consegue se livrar da imagem de intolerantes, controladores e até polígamos que se atribui aos que professam essa fé.

Segundo a pesquisa, as opiniões dos americanos sobre os mórmons quase não mudaram desde 2008. Só 49% dos entrevistados disseram que sabiam bastante ou alguma coisa sobre o mormonismo, mesma proporção que quatro anos atrás, enquanto 50% afirmaram não saber nada ou quase nada.

Quanto aos demais pré-candidatos republicanos, segundo o estudo, o preferido entre os protestantes evangélicos é o empresário Herman Cain, escolhido por 26% dos entrevistados, seguido do ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich, apoiado por 19%.

Romney é, no entanto, o favorito dos católicos e protestantes não evangélicos de raça branca, entre os quais 26% o respaldam, indica o levantamento.

No caso dos católicos, o segundo preferido é Cain (23%), seguido de Gingrich (19%). Os protestantes não evangélicos mostram a mesma tendência (Cain com 17% e Gingrich com 15%).

A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 9 e 14 de novembro com 2.001 americanos maiores de 18 anos de todo o país, dos que 1.576 eram eleitores registrados. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

[b]Fonte: EFE[/b]

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