Grávida
Grávida

Projeto de legalização do aborto apresentado em março, na Argentina, já levou 738 pessoas para discursar no Parlamento argentino. O tema já provocou um racha na sociedade e colocou a Igreja e grupos conservadores em estado de alerta.

Os argentinos se preparam para uma votação inédita na Câmara, marcada para o próximo dia 13 de junho, e uma disputa que promete ser acirrada no Senado, onde o poder de influência da Igreja é ainda maior.

A campanha pró-aborto foi muito mais impactante e ruidosa do que a de grupos que se opõem ao projeto, cujo debate foi defendido até mesmo pelo presidente Mauricio Macri em seu discurso anual no Congresso, em março passado.

Na noite da última segunda-feira, o movimento Nenhuma Menos, que há vários anos vem organizando manifestações em repúdio aos assassinatos de mulheres, reuniu milhares de pessoas no centro de Buenos Aires para unir-se à cruzada a favor do aborto legal.

Os lenços verdes, símbolo das militantes pró-aborto, invadiram a praça em frente ao Congresso Nacional, cenário de uma queda-de-braço que está roubando a cena até mesmo da Copa do Mundo.

A Casa Rosada está dividida, como o país, e a própria postura final do chefe de Estado ainda não foi revelada. De acordo com o jornal “La Nación”, de 20 ministros do governo Macri, dez são a favor do aborto legal, três apoiam a iniciativa, mas fazem algumas observações, cinco disseram ser contra e dois preferiram não opinar. As posições no Executivo refletem o que se vive em toda a Argentina.

O resultado da votação na Argentina promete ter impacto fora do país, sobretudo em vizinhos como o Brasil, onde iniciativas desse tipo ainda não foram discutidas.

O Uruguai descriminalizou o aborto em 2012 — na América do Sul, além dele, apenas as Guianas legalizaram totalmente a prática.

A Cidade do México e pequenas ilhas da América Central também permitem o aborto: Martinica, Guadalupe e Ilhas Virgens Britânicas.

 Fonte: O Globo

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