Ebrahim Firouzi, líder cristão de 37 anos morreu no Irã em consequência de um ataque cardíaco em 20 de fevereiro e foi sepultado no dia 22 no país. Segundo fontes locais, o corpo do cristão de origem muçulmana foi encontrado por seu irmão, quando foi visitá-lo por não receber mais notícias do líder cristão.
Em agosto de 2013, Ebrahim foi preso por frequentar uma igreja doméstica e possuir Bíblias. Desde então, lutava por sua liberdade de seguir a Jesus. Em outubro de 2019, o líder cristão saiu da prisão e foi cumprir a pena de dois anos de exílio na província de Sistão-Baluchistão, perto da fronteira com o Paquistão
O seguidor de Jesus foi ameaçado de voltar para a prisão quando gravou um vídeo em protesto às violações de seus direitos. Na ocasião, Ebrahim testemunhou: “O poder do amor de Cristo por nós é tal que nenhuma outra força pode nos distrair do que acreditamos. Eles [perseguidores] podem ser capazes de nos machucar, mas eles não podem causar danos às nossas almas”.
A vida no exílio
Mesmo no exílio, Ebrahim deu frutos e tornou-se um membro respeitado da nova comunidade. Ele também iniciou um negócio e pensava em se casar. “Ele ajudou escolas locais, financiando projetos de banheiros e saneamento. Comprou sapatos, bolsas e artigos de papelaria para as crianças da região. Ele tinha esperança no futuro e criou esperança para a comunidade em que vivia”, revela Mansour Borji, diretor do site britânico Article18.
Borji entrevistou o líder cristão e fez uma homenagem após sua morte: “A liberdade de todos terem acesso e possuir uma Bíblia era fundamental para a vida e o ministério de Ebrahim. Foi a razão pela qual ele foi inicialmente preso e cumpriu quase sete anos de prisão”.
Assim como José do Egito, Ebrahim tinha certeza do seu chamado e fez a diferença enquanto estava preso. “Mesmo durante a prisão, ele encontrou formas criativas de disponibilizar isso [Bíblias] a todos quando se tornou responsável pela biblioteca da prisão. Durante os dois anos de exílio e até os últimos dias de sua vida na terra, essa paixão não o abandonou”, continua o diretor.
A prisão de cristãos
Prisão, tortura, condenação e exílio de cristãos são formas do governo do Irã tentar impedir que a presença cristã cresça no país em detrimento do islamismo. A fé dos cristãos armênios é tolerada, desde que não compartilhem o evangelho e nem preguem na língua nacional, o farsi. Os cristãos de origem muçulmana enfrentam ainda mais pressão e violência por parte do Estado, dos familiares e da comunidade.
Fonte: Portas Abertas