Diferente do que foi noticiado ontem pela empresa brasileira, o casal Estevam e Sônia Hernandes, fundadores e líderes da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, foram transferidos na noite de anteontem do Centro de Detenção Federal, na região central de Miami, mas continuam presos.
O apóstolo seguiu para o Centro de Detenção Krome, onde imigrantes envolvidos em processos aguardam decisões da Justiça norte-americana, enquanto a bispa foi levada para uma prisão em West Palm Beach, próxima de Boca Raton, cidade onde o casal possui uma mansão.
Segundo informação do BOP (Federal Bureau of Prisons, o serviço federal de prisões dos EUA), confirmada pelo presídio de Miami, o casal passa a ter menos prerrogativas nos novos presídios. Antes, por exemplo, tinham assistência médica 24 horas. Agora, estão em prédios mais antigos, em instalações mais precárias.
A transferência do casal foi feita sob custódia dos agentes do Departamento de Justiça dos EUA (“federal marshals”). O advogado Luiz Flávio D’Urso confirmou a transferência de seus clientes, mas disse desconhecer as condições do local.
O casal estava preso no Centro de Detenção Federal (FDC) de Miami desde o último dia 9, quando tentou entrar no país com US$ 56.467 (havia declarado oficialmente ter menos de US$ 10 mil). Mentir à polícia é considerado crime grave.
A primeira audiência deles, acusados ainda por suposto crime de lavagem de dinheiro, com a Justiça norte-americana será no próximo dia 24.
A transferência decorre do pedido de extradição feito pelo Ministério Público de São Paulo e, segundo a Folha apurou, sinaliza que a Justiça dos EUA vai deferir a petição.
O pedido de extradição já está no Ministério da Justiça e deverá ser enviado aos EUA nos próximos dias, via Ministério das Relações Exteriores.
O centro de detenção Krome abriga futuros deportados. A população do presídio é composta basicamente de imigrantes ilegais de Haiti, República Dominicana, México e Cuba.
Durante a Guerra Fria, Krome abrigava uma base da Força Aérea, de onde sairiam os primeiros caças em caso de confronto militar com o regime comunista cubano. Diante do colapso da União Soviética, o local foi desativado e entregue ao Departamento de Justiça.
Estevam e Sônia ainda estão fichados na Justiça dos EUA como 78319-004 e 78320-004, respectivamente, e agora não são mais réus primários.
Nos próximos dias, a Justiça norte-americana deverá decretar o seqüestro de bens do casal, que tem quatro casas na Flórida, uma mansão em Boca Raton, títulos do Resort Las Palmas e ao menos 14 carros, além de uma conta bancária.
Fonte: Folha de São Paulo