Um tribunal turco da cidade de Istambul absolveu uma acadêmica acusada de incitar o ódio religioso depois que ela escreveu um artigo ligando o uso do véu a ritos sexuais pré-islâmicos.

Muazzez Ilmiye Cig, de 92 anos, afirmou num livro publicado no ano passado que a origem do uso do véu remonta há mais de 5 mil anos, quando sacerdotisas sumérias iniciavam jovens sexualmente.

A arqueóloga foi aplaudida quando deixou a corte depois do julgamento, que durou menos de uma hora. O editor do livro de Cig também foi absolvido.

Este julgamento é o último em uma série de processos contra intelectuais na Turquia, incluindo o vencedor do prêmio Nobel de literatura em 2006, Orhan Pamuk, e o novelista Elif Shafak.

Ofensa

O processo contra Cig foi pedido por um advogado turco que se sentiu ofendido com o livro “My Reactions as a Citizen” (que significa “Minhas reações como cidadã”), publicado em 2005.

Cig é uma especialista na civilização suméria, que existiu na região da Mesopotâmia, há cerca de 5 mil anos.

A discussão em torno do uso do véu levantou polêmica nos últimos meses.

Apesar de predominantemente muçulmana, a Turquia é um país laico, e é proibido o uso do véu em universidades e repartições públicas.

O partido Justiça e Desenvolvimento, atualmente no poder, tentou acabar com a proibição por causa de suas raízes islâmicas.

Fonte: BBC Brasil

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