O livro de Martinho Lutero foi descoberto na Biblioteca Humanista de Sélestat, escondido na coleção de um estudioso da Renascença, Beatus Rhenanus.
Esta descoberta permitiu identificar um “elo perdido”, porque “como ignorávamos a existência dessas correções manuscritas de Martinho Lutero, não considerávamos a sua vontade para uma edição definitiva”, explicou James Hirstein, professor universitário Estrasburgo, que encontrou o livro.
[img align=left width=300]http://imgs.opovo.com.br/app/noticia_132346504881/2015/05/21/3441468/lutero.jpg[/img]Esta primeira edição do “Tratado da liberdade cristã” do pai do protestantismo, escrito em 1520 em latim, comporta cinquenta anotações escritas em vermelho à mão, que foram autenticadas por especialistas.
Trata-se de um “rascunho para impressão” de uma segunda edição, que chegou às mãos do sábio Beatus Rhenanus por intermédio de um cânone de Augsburg (sul da Alemanha), antes de ser impresso em Basileia no início de 1521, incorporando quase inteiramente as modificações de Lutero, explicou o pesquisador, professor de latim.
Rhenanus e os impressores anônimos da Basileia também contribuíram para a impressão. Ao longo dos séculos e das reedições, 15 notas de Martinho Lutero acabaram desaparecendo, “porque ninguém sabia que eram suas”, disse Hirstein.
As notas do reformista alemão “apontam sua forte relação individual com Deus”, disse o pesquisador. Esta descoberta também lança nova luz sobre os pensamentos de Beatus Rhenanus (1485-1547), amigo de Erasmo de Rotterdam, muito influente na época e favorável a uma reforma da Igreja, sem querer abandonar o catolicismo.
[b]Fonte: O Povo[/b]