Ex-presidente Lula
Ex-presidente Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu hoje o estado laico “de verdade” durante discurso em comício no vale do Anhangabaú, centro de São Paulo. Em referência indireta ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula falou que “igrejas não têm que ter partido” e criticou o uso político da fé.

O voto evangélico tem sido um dos mais disputados pelas campanhas, e o tema religião vem tomando o noticiário eleitoral, principalmente após polêmicas envolvendo a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O apoio evangélico, mais bolsonarista, tem sido um dos temas mais debatidos na campanha petista. O PT avalia que o ex-presidente tem de falar com esse público, mas não quer entrar no debate das chamadas “pautas de costume”.
Em seu discurso, Lula disse que falaria sobre a questão religiosa, que “está na moda agora”.

“Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, defendo o Estado Laico. O Estado não tem que ter religião. Todas as religiões têm que ser defendidas pelo Estado”, disse. “Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo. Tem demônio sendo chamado de Deus e tem gente honesta sendo chamada de demônio. Tem gente que não está tratando a igreja para cuidar da fé ou da espiritualidade, está fazendo da igreja um palanque político ou uma empresa para ganhar dinheiro”, disse sem citar nomes.

Segundo o ex-presidente, ele fez as críticas “com a tranquilidade de um homem que crê em Deus” e que quando precisa, “eu não preciso de padre ou de pastor, eu posso me trancar no meu quarto e conversar com Deus quantas horas eu quiser sem pedir favor a ninguém”.

Lula também incentivou seus apoiadores que enfrentar “pastores que estiverem mentindo” e não deixar nenhuma mentira passar para frente. Mas sem aceitar nenhuma provocação de rua.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada esta semana, Bolsonaro ampliou sua vantagem sobre Lula no eleitorado evangélico. O presidente tem agora 49% das intenções de voto do segmento, contra 32% do petista.

Este foi o primeiro comício oficial de campanha de Lula na cidade de São Paulo, depois de um ato no ABC e outro em Belo Horizonte. Em sua fala, o ex-presidente seguiu criticando a economia do país atualmente, rebateu fake news e defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), comparando-a a Tiradentes.

Também participaram do ato o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e os nomes da aliança em São Paulo, o ex-ministro Fernando Haddad (PT), candidato ao governo, e o ex-governador Márcio França (PSB), ao Senado.

Folha Gospel com informações de UOL e Terra

Comentários