Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se declara defensor da liberdade religiosa e afirma que sempre há jogo sujo em disputas eleitorais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou ontem acusações à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, de ser favorável ao aborto. Ele as comparou aos ataques que sofreu na campanha de 1989 e apresentou-se como defensor da liberdade religiosa.

“Duvido que tenha um pastor que tenha que agradecer a alguém mais do que a mim pelo que eu fiz pela liberdade religiosa neste país”, afirmou Lula, em entrevista ao lado do senador reeleito e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB-RJ). “Que vai ter gente falando isso ou aquilo, sempre terá. Faz parte do jogo político”, avaliou. “Sempre tem gente que baixa o nível, que desvia do principal, mas isso é normal na democracia. Quem está julgando são os brasileiros. E a gente vai ganhar as eleições.”

Para Lula, “sempre há” jogo sujo em disputas eleitorais. “A Dilma tem programa, um governo que pode orgulhosamente comprovar o que fez, ela tem posição contra o aborto, já dita por ela.”

O presidente disse que também foi vítima de acusações quando concorreu às eleições de 1989. “Falavam da minha barba, da estrela do meu partido, da cor da bandeira do meu partido, diziam que eu ia acabar com as igrejas evangélicas. Estou com oito anos de mandato, e as pessoas sabem o que eu fiz.”

Após a inauguração de novas instalações do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), Lula disse considerar “uma bênção de Deus” o segundo turno nas eleições presidenciais. “O segundo turno permite que as pessoas conheçam melhor cada candidato e que haja um debate de ideias mais frontal”, disse o presidente, que prometeu “participar de muita coisa” na campanha.

Marina. Lula chamou a senadora Marina Silva (PV) – cujo apoio é disputado por petistas e tucanos -, de “extraordinária companheira”. “Entrou (no governo) quando eu quis e saiu quando ela quis”, elogiou. “Compreendo que vá demorar um pouco para tomar a decisão. E talvez nem tome decisão, vá ficar um pouco neutra. Mas é importante lembrar que os eleitores vão se movimentando, não estão parados.”

Para o presidente, a maior parte dos votos de Marina será transferida para Dilma, já que “67% dos votos foram para as mulheres”. “Significa que o povo deu um recado: queremos uma mulher na Presidência.”

[b]Fonte: Estadão
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