Diretores da Igreja Evangélica Luterana do Equador (IELE) foram recebidos, na segunda-feira, 14, por parlamentares da Constituinte que trabalharão o aspecto de Direitos Fundamentais para a nova Constituição do Equador.
Os líderes luteranos pediram que a nova Carta Magna consagre de maneira clara e definitiva a separação entre Igreja e Estado.
No século XIX, as diversas constituições do Equador estabeleceram que “a religião do Estado é a católica, apostólica e romana com exclusão de qualquer outra”. No século XX, com o triunfo da revolução liberal, esta disposição foi eliminada e o Estado declarado laico. Na prática, contudo, até o dia de hoje a Igreja Católica continua exercendo o poder real em parceria com o Estado.
A proposta dos luteranos pretende que a nova Constituição consagre o Equador um Estado laico, sem proteção a nenhuma religião e nem perseguição ou discriminação a nenhuma confissão religiosa. Do mesmo modo, defende a prática de todos os cultos num ambiente de pluralismo e tolerância, que facilite o espaço, inclusive para aqueles que não acreditam em nenhuma religião.
As exposições dos diretores da IELE, pastor Felipe Adolf, do presidente da Igreja, Carlos Ramos, do pastor Walter Manzo e do leigo José Egas, conduziram a um diálogo com os parlamentares, que fizeram muitas perguntas sobre as teses luteranas.
A ida a Montecristi, cidade onde a Assembléia Constituinte está trabalhando, serviu aos evangélicos para entregar o documento a outros constituintes, de diferentes tendências políticas.
Esta é a segunda ocasião em que os líderes luteranos visitam a cidade, localizada a 280 km a oeste de Quito. Em meados de dezembro de 2007, coincidiram com o propósito de tratar o mesmo tema com outros líderes de jovens, mulheres, indígenas, dirigentes populacionais e minorias sociais. Naquela ocasião, a receptividade e apoio à tese de separar Igreja e Estado também foi acolhida.
O presidente da Assembléia Constituinte, o economista Alberto Acosta, manifestou que a expectativa é entregar a nova Carta Política no mês de maio deste ano, quando o país, mediante referendo aprobatório, ratificará ou não a proposta elaborada pela Assembléia Constituinte.
Fonte: ALC