Autoridades resgataram 401 crianças de um afastado rancho no oeste do Texas, pertencente a uma seita que se separou da religião mórmon e que tem relação com o líder polígamo Warren Jeffs, hoje preso, disse a mídia local nesta segunda-feira.

O San Angelo Standard Times informou o número total de crianças retiradas do rancho e citou uma autoridade do serviço de proteção de menores, que disse que policiais e agentes de seguridade social investigavam o caso de possíveis abusos.

Várias mulheres também foram retiradas do local, de propriedade da seita secreta.

Autoridades do serviço de proteção a crianças não foram encontradas para fazer comentários.

Lisa Block, porta-voz do Departamento de Segurança Pública, disse à Reuters que uma pessoa tinha sido presa no local por “interferir com os encargos de um servidor público”, mas ninguém foi detido por acusações relacionadas ao inquérito de abuso.

“Um número desconhecido de homens continua no local e ainda não foram liberados para sair”, disse ela.

Agentes policiais inicialmente revistaram o local no fim da semana passada, situado em uma região semi-árida do oeste do Texas, a cerca de 200 quilômetros ao noroeste de San Antonio, para atender uma denúncia de abuso de uma jovem dali.

Ainda não está claro o número de pessoas que vivia ali ou quem está no comando do rancho.

A investigação é a mais recente a respeito da polígama Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Últimos Dias. Em novembro, o líder espiritual da seita Warren Jeffs foi condenado por uma corte de Utah a 10 anos de prisão por ser cúmplice do estupro, ao forçar uma menina de 14 anos a se casar com o primo dela, de 19 anos.

Ele está preso no Arizona, à espera de julgamento por acusações similares no Estado.

A poligamia é proibida nos EUA, mas os seguidores dessas seitas se casam com uma mulher oficialmente e depois adotam “esposas espirituais”.

Isso torna as mulheres solteiras para o estado candidatas a receberem benefícios de seguridade social, assim como os seus filhos.

A Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias, como a fé mórmon é oficialmente conhecida, renunciou à poligamia há mais de um século e tenta se distanciar das seitas que ainda a praticam.

Polícia texana detém suspeito em investigação sobre seita poligâmica

A Polícia dos Estados Unidos deteve ontem uma pessoa na investigação sobre um suposto caso de poligamia em um rancho do Texas, mas ainda não encontrou a menor de idade que denunciou que tinha sido forçada a se casar com um homem com o qual teve um filho.

Tom Vinger, porta-voz do Departamento de Segurança Pública, disse em San Antonio que a pessoa detida não é Dale Barrow, o homem que teria se casado com a adolescente, segundo a denunciante.

A denúncia da jovem fez com que há alguns dias a Polícia invadisse um rancho de 690 hectares em Eldorado, Texas, administrado pela Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma seita que pratica a poligamia.

A jovem desaparecida disse que quando tinha 15 anos teve um filho, e as autoridades procuram determinar se houve abuso sexual.

No Texas é ilegal que uma pessoa com menos de 16 anos se case, mesmo que tenha aprovação dos pais.

Durante a revista do local as autoridades retiraram do rancho mais de 220 mulheres e crianças, mas até agora não encontraram a jovem que fez a denúncia.

As autoridades enfrentam a relutância das crianças em fornecer informação sobre o que ocorria no estabelecimento, construído por Warren Jeffs, um líder religioso preso por abusos sexuais de menores.

Fonte: Reuters e EFE

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