Hadi Rahimi, conhecido como Moslem, é o segundo cristão liberto da prisão em fevereiro. Segundo a organização Article 18, a decisão foi resultado da comemoração do 44º aniversário da Revolução Islâmica no Irã. A cada ano, durante a celebração, os líderes iranianos escolhem alguns prisioneiros para receberem o perdão do Estado.
Moslem, de 33 anos, foi liberto na última quarta-feira, 15 de fevereiro, da prisão de Evin, na capital do Irã. Como outros cristãos, ele foi acusado de “ameaçar a segurança nacional” e “propagar o cristianismo zionista” por organizar uma igreja doméstica.
Ele é integrante da igreja Church of Iran, do pastor Yousef Nardakhani, e foi condenado com outros quatro cristãos em 2020, incluindo sua tia Mehri, que continua presa. O cristão estava há um ano na prisão de Evin e deveria cumprir mais quatro anos de sentença.
Em busca de aprovação
Em 2023, a decisão teve um significado maior. Há quase cinco meses, o Irã enfrenta protestos de multidões insatisfeitas com a teocracia islâmica. Desse modo, as libertações e outros passos do aiatolá Ali Khamenei durante o aniversário da Revolução Islâmica foram uma tentativa de reconquistar a aprovação do povo iraniano e acalmar os manifestantes.
Segundo artigo do Financial Times, publicado na Folha de São Paulo, o líder iraniano tem feito aparições frequentes na vida pública, em programas de televisão e encontros com a juventude iraniana para apagar a imagem negativa do governo. Em menos de cinco meses, cinco cristãos foram libertos: Moslem, Saheb, Fariba, pastor Nasser e Anahita. Ainda há muitos cristãos iranianos presos e as recentes libertações não significam que as condenações foram justas.
Fonte: Portas Abertas