O provável candidato republicano à Casa Branca, John McCain, conquistou o apoio de um renomado líder da direita religiosa republicana –um grupo cruciais para as eleições, mas que relutava em apoiar suas políticas vistas como liberais.

James Dobson, um dos líderes desta ala conservadora do Partido Republicano, voltou atrás em seu criticismo a McCain e anunciará, como aponta reportagem do “The New York Times”, seu apoio ao senador por Arizona.

“Eu nunca pensei que me ouviria dizendo isso. Enquanto eu não estou endossando McCain, há chance de que eu possa apoiá-lo”, dirá Dobson, em uma entrevista de rádio que será divulgada nesta segunda-feira.

“Barack Obama contradiz e ameaça tudo no que eu acredito quanto à instituição da família e o que é melhor para a nação. Suas posições radicais sobre visa, casamento e segurança nacional me forçam a reavaliar a candidatura de nossa única outra escolha, John McCain”, diz ainda Dobson, que não pode mais apoiar os favoritos da direita religiosa Mike Huckabee e Fred Thompson.

Embora seja um apoio ainda relutante, o endosso de Dobson indica à campanha republicana que, muito provavelmente, eles terão o apoio da ala conservadora cristã –que muitos analistas apontavam como base eleitoral do libertário Bob Barr.

Dobson, líder do Foco na Família e apresentador de rádio, já havia declarado que nem ao menos consideraria votar em McCain por sua postura “liberal” sobre o aborto, células-tronco e a “ameaça muçulmana”.

A direita religiosa representa uma base influente e um fundamental grupo de doação de verbas para os republicanos. Os evangélicos –que representam cerca de um em cada quatro americanos adultos– foram um grupo crucial nas duas candidaturas do presidente George W. Bush.

Apoio

Uma pesquisa divulgada em junho pelo instituto Pew Research mostra que os evangélicos dos Estados Unidos continuam sendo mais republicanos que democratas, mas há sinais de enfraquecimento do apoio do grupo ao partido.

A pesquisa do Pew, “Cenário Religioso dos Estados Unidos”, mostra que 50% dos evangélicos são republicanos ou simpatizantes do partido, enquanto 34% optam pelo partido Democrata.

A pesquisa ouviu 35 mil adultos em 2007 e por isso não representa a situação atual dos evangélicos, mas confirma a tendência de menor adesão do grupo, antecipada por outros estudos. Outra pesquisa Pew de 2007 apontou que 57% dos evangélicos brancos eram republicanos ou simpatizantes do partido, contra apenas 32% democratas ou simpatizantes.

Em 2004, 62% dos evangélicos brancos disseram ser republicanos ou simpatizantes do partido, e quase 80% dos que foram às urnas votaram pela reeleição de Bush.

Os novos dados reforçam a percepção de que a disputa pelo voto desses eleitores será dura nas eleições de novembro. Nenhum dos candidatos tem forte apelo entre os evangélicos.

Chapa

Uma saída apontada pelo próprio grupo é a escolha de um republicano da ala conservadora para dividir a chapa com McCain.

Lori Viars, que dirige o comitê de ação política Family First, confirmou seu desejo de ver um “conservador consistente” na chapa com McCain.

Ela disse que está “esperando” para ver quem McCain escolherá antes de decidir se ela será voluntária em sua campanha, assim como fez em 2004, por Bush.

Para Burress, será necessário mais do que reuniões com os grupos conservadores para que McCain ganhe o apoio da ala. “Nós dissemos a ele que se ele não sair e dividir suas visões pró-família nestes assuntos, então ele pode dar adeus a Ohio. Nós não podemos entregar a mensagem para ele”, diz, exigindo que McCain mostre ao público seu lado conservador.

Fonte: Folha Online

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